Holanda e Bélgica trocaram cerca de 19 hectares de território e movimentaram a fronteira que as divide. A decisão surgiu depois de quatro anos de negociações entre os dois países, originadas pela descoberta de um cadáver sem cabeça numa península sem jurisdição patente.

No primeiro dia do ano de 2018, a fronteira entre a região belga de Vise e o município holandês Eijsden voltou à sua localização original, a meio do rio Meuse, que separa os dois países. Com o tempo, a mudança de direção do leito do rio fez com que duas penínsulas inabitadas ficassem do lado da Holanda, enquanto uma parte de território holandês ficou na margem belga do rio Meuse.

O Telegraph conta que uma dessas penínsulas inabitadas tornou-se quase impossível de vigiar, já que a polícia belga precisava de autorização para passar por território holandês e só podia lá chegar de barco. O enclave sem jurisdição acolhia festas ilegais, venda e compra de droga e prostituição. Há quatro anos, um cadáver sem cabeça foi lá encontrado. O caso originou o caos: a polícia holandesa não podia investigar em território da Bélgica e os belgas tinham de enviar polícias, especialistas forenses e investigadores de barco.

A pacífica troca de território – equivalente a 27 campos de futebol – foi assinada em novembro de 2017, 170 anos depois da primeira fronteira ter sido estabelecida. Os holandeses acabaram por ficar com a responsabilidade legal da península inabitada. No Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros belga escreveu que “o processo decorreu em harmonia e com respeito pelo próximo. Diplomacia no seu melhor”.

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