891kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

O debate nas entrelinhas. Trapalhadas, recortes de jornais e invenções

Este artigo tem mais de 5 anos

Trataram-se por "tu", como se fossem amigos; atacaram-se sem piedade, como se fossem inimigos. Leia a descodificação das insinuações e das recriminações do primeiro debate entre Rio e Santana.

Distanciaram-se da polémica sobre o financiamento dos partidos. Voltaram aos tempos do Governo-relâmpago de Santana Lopes. Atacaram-se um ao outro usando António Costa. Lembraram tempos antigos, com insinuações de traição ao PSD. E ainda falaram sobre a atuação do Ministério Público.

No primeiro debate entre os dois candidatos à liderança do PSD, na RTP, houve muitos ataques, muitas críticas e muitas recriminações. Veja o que eles quiseram realmente dizer.

As frases de Rui Rio e de Pedro Santana Lopes estão a itálico e a interpretação e o comentário estão a amarelo:

Rui Rio: “Fui secretário-geral do partido e foi uma matéria com que tive de lidar de perto e é uma matéria com que que não lidei bem. (…) Fui sempre a favor do reforço do financiamento publico e ao dizer isto sou impopular.”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Pedro Santana Lopes: “Julgo que o Rui parte do princípio de que devemos desconfiar da natureza humana. Nenhum de nós se sentiu condicionado por um apoio privado. Não tenho tanta essa desconfiança. Dou o exemplo do presidente Obama, com o crowdfunding. O que me faz confusão é os impostos dos contribuintes, o aumento do financiamento público, numa altura em que pagam tantos impostos ainda serem chamados a pagar mais para os partidos.”

Desde 1997 que Rui Rio é a favor do financiamento tendencialmente público dos partidos políticos. Era secretário-geral do PSD, durante a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa, quando defendeu, no Parlamento, alterações à lei que estava em vigor e que ainda previa donativos de empresas. “Devemos criar uma nova filosofia, no que diz respeito ao financiamento partidário, que evite a dependência dos partidos relativamente às empresas”, disse então Rio. Teve esta resposta do líder parlamentar do PS, Alberto Martins: "Não temos qualquer incidente de suspeição sobre as empresas privadas”. E essa alteração não foi aprovada. Só o seria em 2003. Pedro Santana Lopes não o fez no debate, mas poderia ter usado a frase de há 20 anos de Alberto Martins. Preferiu apenas dizer que não desconfia da natureza humana — quando o chamado pessimismo antropológico é uma das características tradicionalmente atribuídas à direita. Santana diz que não quer os contribuintes a pagarem mais impostos para os partidos, mas não avançou com o que escreveu há 10 anos no seu blogue: “O que se costuma invocar sobre a perversidade do sistema quanto aos financiamentos partidários é que as empresas, inseguras quanto a decisões futuras dos eleitos, apoiariam campanhas para conseguirem obras ou decisões que as viabilizem. (…) Compreende-se a preocupação, embora eu pense que uma pessoa séria é sempre séria, sejam quais forem as regras.” Santana foi buscar o crowdfunding de Obama, mas isso em princípio já é possível em Portugal, porque são transferências bancárias tituladas e identificadas.

Rui Rio: “As trapalhadas [de Santana Lopes no Governo] efetivamente existiram, como é lógico, não é? Se o Presidente [Sampaio] fez isso [dissolver o Parlamento] é porque havia razões, e tu sabes disso perfeitamente”.

Pedro Santana Lopes: “Mas, ó Rui, então foste meu primeiro vice-presidente e nunca me disseste isso?”

As "trapalhadas" de Santana durante a sua nano-mini-micro passagem pelo Governo como primeiro-ministro apareceram nesta campanha há algumas semanas, quando Rui Rio se irritou com a discussão sobre quantos debates deveriam existir entre os dois e soltou, entre o melancólico e o venenoso: “Nisto dos debates, ele está a fazer exatamente as mesmas trapalhadas que fazia em 2004”. As “trapalhadas”, de facto, foram muitas, foram variadas - e foram, como se sabe, letais. No frente a frente desta quinta-feira, Santana jurou não saber que “trapalhadas” são essas, mas só pode ser amnésia, ou retórica. Vamos à lista? O então novo primeiro-ministro perdeu-se no seu discurso de tomada de posse; os ministros Paulo Portas e Bagão Félix mostraram surpresa com algumas áreas que iam tutelar; houve secretários de Estado a saltar de ministério em ministério; Santana tirou férias escassos 19 dias depois de ter assumido o cargo (e semanas depois novamente, em Ibiza, claro); foi a uma festa da Moda Lisboa num dia de debate do Orçamento; houve atrasos na colocação de professores; o Governo pressionou a saída de Marcelo de Rebelo de Sousa de comentador na TVI; um dos seus ministros (e amigos) demitiu-se acusando-o de “grave inversão dos valores e da lealdade“ - e talvez esta enumeração seja suficiente para esclarecer sem supliciar. No debate desta quinta-feira, Santana defendeu-se atacando. Pegou no estilete e foi directo ao ponto fraco de Rui Rio: “Nunca me disseste isso”. De facto, nunca disse - nem a Santana Lopes, nem a ninguém. Durante as “trapalhadas” daquele curtíssimo Governo, Rio não criticou. Mais: não ficou calado. Pior: elogiou. No frente a frente, Santana lembrou, com evidente deleite, uma entrevista dada na época à Visão onde Rio assegurava: “Só posso dizer bem de Santana”. Podia ter acrescentado outras citações. Nesse mesmo artigo, o seu agora adversário aparecia a dizer que Santana Lopes tinha “mais consistência do que a imagem que têm dele” e que era alguém com “seriedade, lealdade e frontalidade”. Rui Rio diz hoje que nada disto tem grande importância porque a entrevista à Visão foi dada em Agosto de 2004, ou seja, quando “o Pedro era primeiro-ministro há um mês e tal”, numa altura em que, supostamente, as maiores “trapalhadas” ainda estavam para vir. Mas, se é assim, podemos ir reler outra entrevista de Rui Rio, dada à revista Sábado já depois da queda do Governo, onde lembrou que o partido defendeu a ida de Santana para o cargo de primeiro-ministro e disse: “Hoje voltaria a dar corpo a essa solução”. Voltaria? Santana carrega às costas as “trapalhadas” do seu Governo; Rio carrega às costas as suas contradições sobre essas “trapalhadas”.

Pedro Santana Lopes: “Combinaste com o António Costa?”

Rui Rio: “Eu não combinei nada com o António Costa. Quem pode combinar coisas com o António Costa até és tu. Ele é que te nomeou [para a Santa Casa].”

Em política, às vezes um currículo transforma-se num cadastro. Durante anos, quando era presidente da Câmara do Porto, Rui Rio exibiu a boa relação com António Costa, então presidente da Câmara de Lisboa, e divertiu-se a dar gás à ideia de que os dois poderiam ser futuros líderes dos seus partidos. Tudo terá começado quando ambos se deixaram fotografar pelo Expresso à mesa, na altura em que escreveram uma “carta conjunta” aos então líderes do PS e do PSD a pedir que a lei das autarquias fosse mudada. Na época, Rio via-a como uma carta poderosa; hoje vê-a como “uma carta do mais inócuo que há”. Pode ter sido uma coisa ou outra - mas não foi seguramente um ato isolado. Nos anos seguintes, a relação entre Rio e Costa ficou mais sólida. Em 2008, o então presidente da Câmara do Porto foi a Lisboa assistir aos santos populares; e, numa harmoniosa simetria, o então presidente da Câmara de Lisboa foi ao Porto assistir ao São João. Na altura, os jornalistas fizeram todos a mesma pergunta, que só por si já era todo um programa: aquele era um sinal do “ressurgimento” do “bloco central”? Rui Rio, que hoje se indigna com quem sugere que esse é o seu desejo inconfessado, na altura achou graça e respondeu: "Só se for ao nível dos santos populares". Mas, quando se fala de António Costa, Santana Lopes também tem fragilidades. Como Rio fez questão de lembrar, ele foi reconduzido pelo atual primeiro-ministro no cargo de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Santana argumenta que isso se deveu exclusivamente à “qualidade” do seu trabalho e que Costa “não podia fazer outra coisa, era muito difícil”. Mas, na altura da recondução, foi mais emocional: “O meu dever neste momento é fazer o mandato da Santa Casa. O dever é corresponder à confiança que me foi depositada. É mais bonito quando é por amor do que por interesse, costuma dizer o povo. Acho que não foi por interesse mas sim por reconhecimento". De resto, para Santana Lopes, António Costa nem terá sido a pior escolha de companhias de Rui Rio - há ainda Vasco Lourenço e uma obsessão antiga, José Pacheco Pereira. São dois dias que Santana não esquece. Num, Rio foi falar à Associação 25 de Abril, presidida por Vasco Lourenço, um nemesis do PSD desde o PREC, e fez uma pergunta que ficaria célebre: "E se a abstenção elegesse cadeiras vazias no Parlamento?". No outro, Pacheco Pereira, que agora apoia Rio, participou numa iniciativa na Aula Magna que juntou militantes do PS, do PCP e do BE debaixo da figura tutelar de Mário Soares, contra o governo de Passos Coelho. Convém, porém, lembrar que Santana não foi propriamente um fiel de Passos Coelho. E que até ajudou na sua derrota final, ao deixar em suspenso a hipótese de se candidatar a presidente da Câmara de Lisboa (“Keep cool”, lembram-se?), o que tirou margem de manobra ao líder do partido e acabou no desastre Teresa Leal Coelho e na demissão de Passos.

Rui Rio: “Gostas de jornais, também tenho este. É preferível ir a uma associação falar sobre o regime do que arrasar Passos Coelho e querer fazer um Partido Social Liberal contra o PSD: ‘Já estou a formar um movimento político, mas a escritura ainda não tem data marcada'”.

Pedro Santana Lopes: “Rui, Rui, um movimento! Onde é que estivemos hoje às sete da tarde? Num movimento dos teus apoiantes Portugal Não Pode Esperar. Qual é o problema de um movimento? Na altura, o Jorge Moreira da Silva fez a Plataforma para o Desenvolvimento Sustentável.”

Para rebater os ataques de Santana Lopes, Rui Rio quis usar as mesmas armas. Ou seja, demonstrar que o adversário tinha sido tão crítico de Passos Coelho quanto ele. E que até não se importava de prejudicar o partido criando um partido concorrente. Então, citou uma notícia dos anos do Governo PSD/CDS, em que Santana criticava Passos e se preparava para criar um movimento em contra-corrente. Ora, um movimento não é um partido: pontos para Santana. Aqui, o problema de Rui Rio foi não ter citado a notícia certa, que tem mais de 20 anos e foi publicada a 30 de agosto de 1996. Era Marcelo Rebelo de Sousa líder do PSD e Rio secretário-geral do partido, quando O Independente noticiou que Santana ia sair do PSD e formar um novo partido, o PSL, Partido Social Liberal. A notícia, que não citava fontes, assinada por Inês Serra Lopes, que viria a ser diretora do jornal anos mais tarde, dizia que Santana considerava não haver “qualquer hipótese de reformar, renovar ou refundar o PSD, desgastado por duas maiorias absolutas e pela falta de identificação crescente do eleitorado com o partido”. Segundo o jornal, nessa época Santana Lopes teria a intenção de criar “um novo partido político para unir as várias sensibilidades da direita”. Inspirava-se em França: dividir a direita para depois a unir. A notícia dizia que até financiamento já tinha para o novo partido e garantia que Paulo Portas — então candidato a líder parlamentar do PP — tinha sido “um dos políticos com quem Santana Lopes discutiu já o seu projeto”. Segundo O Independente, Rui Gomes da Silva estava a esforçar-se por dissuadir Santana de avançar com essa ideia. No fundo, Rio tinha razão: muitos anos depois da notícia do Independente, já em março de 2011, a um mês da queda de Sócrates, Pedro Santana Lopes chegou a admitir sair do PSD e formar um novo partido. Quem era o líder? Passos Coelho. Mas ainda estava na oposição. "Há tempos que admito e considero que é muito provável que apareçam outras realidades no centro-direita de Portugal. A ver vamos e eu estou num processo de pensamento sobre isso. Quero ser livre, gosto de ser livre”, afirmou Santana nessa época, à TVI. Estas eram movimentações para mais do que um movimento.

Pedro Santana Lopes: “Também deves saber uma coisa, a propósito da unidade do partido, e como eu quero unir o partido. Sabes o que essa direção fez em setembro de 2009? Pôs Pedro Passos Coelho fora das listas de deputados, contigo como primeiro vice-presidente. Segundo sei, até reivindicas uma opinião nessa decisão. Até num almoço há dois meses o reivindicavas…”

Rui Rio: “Não, não, tu inventas coisas…”

Pedro Santana Lopes: “Tira o almoço. Mas é invenção que tiraram Passos Coelho das listas, e proibiram-no de ser candidato?”

Rui Rio: “Passos Coelho e Miguel Relvas, que aliás é um dos teus principais apoiantes!”

Pedro Santana Lopes: “E então? Não o escondo, falou em público, não anda escondido. Mas achas bem terem tirado Passos Coelho das listas? É esta sanha anti-PSD, ou é com o Menezes, ou tiraram o Passos Coelho das listas, agora sou eu com as trapalhadas, agora é um canal de televisão. E tirar Passos Coelho das listas? Tinha acabado de ser competidor nas diretas, ou Miguel Relvas. E já agora outro, que na altura era apoiante de Pedro Passos Coelho e que hoje é teu apoiante. Isso é que é unir partido?

Rui Rio: “Tu inventas umas coisas, que às vezes não percebo o que queres dizer.”

É claro que Rui Rio percebeu muito bem o que Santana Lopes queria dizer. Em 2009, a direção de Manuela Ferreira Leite — e de Rui Rio, que era o primeiro vice-presidente do partido — não aceitou muitas das recomendações das estruturas para as lista de deputados e acabou alvo de muitas críticas, de facciosismo, a sectarismo a não saber promover a união interna, como era tradição no partido. O núcleo duro do passismo tinha sido corrido das listas. Primeiro, o próprio Pedro Passos Coelho, que tinha obtido cerca de um terço dos votos nas diretas pela liderança. Depois, Miguel Relvas, o seu número dois. E ainda Feliciano Barreiras Duarte, que era chefe de gabinete de Passos no partido e que hoje é uma peça fundamental no núcleo duro do próprio Rio. Era de Barreiras Duarte que Santana estava a falar quando referiu um apoiante de Rio que também tinha sido banido das listas em 2009. Santana Lopes não o lembrou, mas Nuno Morais Sarmento, hoje mandatário nacional de Rio, acusou a direção de Ferreira Leite de falta de “ética” na feitura das listas. Quando falava de um canal de televisão, Santana Lopes estava a referir-se à SIC — onde Santana era comentador e onde Rio não quis fazer qualquer debate. Rui Rio ainda tentou capitalizar o facto de ter tirado Miguel Relvas das listas e de ser um apoiante de Santana, como forma subliminar de demonstrar que este é um ativo tóxico, o que cai bem na opinião pública. Mas cairá bem no próprio PSD? Os partidos não pensam como as pessoas de fora dos partidos.

Rui Rio – “O balanço que faço não é positivo. Não vejo, no Ministério Púbico, a eficácia que gostava de ver. Não vejo, no Ministério Público, o recato que entendo dever existir. Porque os julgamentos não são para ser feitos na praça pública. Não são para ser feitos nas primeiras páginas dos jornais. São para ser instruídos e acusado através do Ministério Público e depois são para ser feitos nos tribunais. Não concordo, à luz do que deve ser a democracia na sua vertente substantiva — que são os direitos substantivos das pessoas e a liberdade de cada um. Não simpatizo nada que os julgamentos sejam feitos assim. Não estou com isto a dizer que estou a ilibar quem quer que seja, que possa estar condenado na praça pública. Acho que o Ministério Público, em muitos casos, deixou passar muita informação cá para fora, o que não deve acontecer num Estado de Direito democrático.”

Pedro Santana Lopes – “O Ministério Público pede mais meios. Estou de acordo com a inadmissabilidade dos julgamentos na praça pública. Acho que é um ponto que era bonito que a nossa democracia corrigisse. Não estarem condenados só porque houve uma queixa-crime. Agora, faço um balanço positivo. Se há algo que não pode ser dito sobre a justiça portuguesa e os magistrados é que não tiveram coragem de enfrentar poderosos. Não me interessa quem seja. Neste caso, um ex-primeiro-ministro está acusado, e grandes figuras do sistema económico. O Ministério Público tem dado provas de coragem e capacidade, independentemente de as pessoas serem culpadas ou não. Isso é um tribunal que vai decidir.”

A pergunta tinha a ver com o Processo Marquês, a corrupção em geral e a atuação do Ministério Público. Mais: a procuradora-geral da República devia ver o seu mandato renovado? Nem Rio nem Santana se pronunciaram sobre uma eventual recondução de Joana Marques Vidal: mas se o portuense só teve críticas para o Ministério Público, pelo menos Santana elogiou a coragem dos magistrados. Embora já tenha defendido, em vários discursos, a necessidade de se fazer uma profunda reforma da justiça -- que tem classificado como a mais difícil de levar para a frente --, no âmbito o seu novo 25 de Abril, a moção de Rio é vaga tendo em conta o peso das suas palavras sempre que fala do assunto. No debate, o candidato portuense não foi capaz de fazer um único elogio ao trabalho do Ministério Público. Até disse ter feito mais do que o MP quando realizou uma série de auditorias na Câmara do Porto, sobretudo na área do urbanismo. As palavras do candidato foram sobretudo para criticar os jornais, alegando a violação de “direitos substantivos” das pessoas. Esqueceu-se de referir um direito essencial em democracia, que é o direito à informação, em relação ao qual Rio não parece ser um defensor acérrimo. O problema de Rui Rio são as notícias. Com este tipo de discurso, coerente com o que tem dito ao longo dos últimos anos, Rio mostra-se mais preocupado com o papel da imprensa do que com as consequências efetivas das grandes investigações judiciais dos últimos anos. Mais uma vez, não disse com clareza o que defende nesta matéria onde cruza jornalismo com justiça. Quanto a Pedro Santana Lopes, fez um “balanço positivo” da PGR, mas cedeu à tentação de também criticar a “ inadmissibilidade dos julgamentos na praça pública”, sem que alguma vez mencionasse liberdade de informação, que também é um direito constitucional. Fez por se esquecer que, em 2005, foi Miguel Almeida, seu ex-chefe de gabinete e colaborador próximo, que, juntamente com amigos seus, montou uma conspiração antes das legislativas para o Ministério Público investigar José Sócrates no caso Freeport. Depois, o mesmo grupo de santanistas passou uma notícia sobre esse tema ao Independente, na sexta-feira antes das eleições legislativas, que José Sócrates havia de ganhar com maioria absoluta. Ao longo de anos, essa e outras iniciativas, levaram Sócrates a acusar Santana de ter promovido uma "campanha negra". No debate, Santana ainda se referiu a "um ex-primeiro-ministro", sem pronunciar o nome de Sócrates. Mas quando apresentou a sua candidatura em outubro, deixou implícitos os casos e as suspeitas que envolveram Sócrates, quando recuou aos factos de 2004 e 2005, e aos "acontecimentos que se seguiram, uns conhecidos na época outros conhecidos mais tarde, outros admitidos posteriormente e à espera de julgamento”, mencionou. O que foi conhecido na época foi a notícia do Independente sobre o Freeport. Os que estão à espera de julgamento são os factos relativos à Operação Marquês. Para quem concordou com Rio quanto às notícias, ou seja, a "inadmissibilidade dos julgamentos na praça pública" não é pouco.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.