É uma forma de conciliação. Rui Rio convidou aquele que foi seu adversário nas diretas, Pedro Santana Lopes, para encabeçar a sua lista ao conselho nacional — órgão máximo entre congressos. A notícia foi avançada pela SIC e, ao que o Observador apurou, Santana ainda não deu o ok final, mas tudo indica que vai aceitar. Em cima da mesa estará a condição de ser Santana a indicar o presidente do Instituto Sá Carneiro, que atualmente é presidido por Pedro Reis, ex-presidente da AICEP.

Já Pedro Passos Coelho tinha feito o mesmo, em 2010, quando optou por pôr o seu adversário nas eleições internas, Paulo Rangel, nessa mesma posição de cabeça de lista. Num congresso que se espera muito mais duro do que os dos últimos anos, com uma oposição interna proeminente, a intenção é agregar facções para evitar o surgimento de outra lista forte ao conselho nacional.

De acordo com os estatutos do PSD, o conselho nacional é o órgão responsável pelo desenvolvimento e execução da estratégia política do partido, definida em congresso, bem como pela fiscalização política das atividades dos órgãos nacionais e regionais do partido. A dois dias do congresso, esta quinta-feira foi também dia de Rio resolver um outro problema pendente: o da liderança da bancada parlamentar.

Hugo Soares apresentou esta quarta-feira a demissão e anunciou que vai convocar eleições para o próximo dia 22 de fevereiro. Rui Rio e Hugo Soares encontraram-se este sábado e Rio terá manifestado “o desejo de trabalhar com outra direção parlamentar”. Era o que faltava para Hugo Soares pôr um ponto final à especulação. As eleições para a liderança da bancada servirão assim, segundo o ainda líder, para “devolver a palavra aos deputados”.

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Hugo Soares deixa a liderança parlamentar do PSD por desejo de Rui Rio

Como o Observador avançou, depois de Luís Marques Guedes, que era a escolha mais unânime entre deputados e presidente do partido, ter recusado voltar a assumir o mesmo cargo que desempenhou na liderança de Manuela Ferreira Leite, o nome que se segue deverá ser um apoiante de Rui Rio — o que deixa de fora Fernando Negrão. Adão Silva e Luís Álvaro Campos Ferreira surgem na short list.