O anúncio do Banco de Portugal de que as remessas dos emigrantes portugueses superaram em 2017 a barreira dos 3.500 milhões de euros foi interpretada por José Luís Carneiro como mostrando que “a confiança no país” se tem consolidado.

Em declarações à margem da conferência “As prioridades de política para os portugueses no mundo” que decorreu na Universidade Lusíada, no Porto, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas destacou que os números anunciados “não se conheciam desde o início do século”.

“Estes dados mostram que a confiança no país se tem vindo a consolidar. Os números publicados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal mostram que os portugueses no mundo fizeram em 2017 uma das maiores remessas de dinheiro paria Portugal, ultrapassando os 3,5 milhões de euros, alcançando números que não se conheciam desde o início do século”, vincou José Luís Carneiro.

Insistindo na relevância dos dados, juntou-lhe outra estatística, a dos atos consulares, para dizer que “também aqui se registou o maior número de sempre”, revelando terem sido “praticados mais de dois milhões de atos consulares”, num crescimento de 2015 para 2016 e de 2016 para 2017, “nomeadamente na obtenção de vistos”, que se cifrou “na ordem dos 25% ao ano”.

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Elogiando os portugueses por serem a “maior força de inserção do país na vida global, quer pela via cultural, económica, empresarial e política”, o governante considerou “muito justa” a votação no parlamento do “parecer do grupo de trabalho que vai preparar os termos da votação do recenseamento automático dos portugueses no estrangeiro”.

“Isso é algo que os portugueses acalentavam há mais de 40 anos e, espero eu, vai ter nas próximas semanas o apoio dos deputados na Assembleia da República”, disse o secretário de Estado, para quem os valores das transferências são, também, “de “confiança para investir em Portugal e o quão acertadas têm sido as políticas do Governo para as comunidades”.

E prosseguiu: “estes são números das remessas dos emigrantes mas há, na vida dos municípios em Portugal, de norte a sul, do litoral para o interior, milhares de investimentos que todos os dias estão a acontecer”, citando o exemplo do Porto no que está a ser feito na “regeneração urbana, nos setores da restauração e turismo, nas novas tecnologias, na valorização do património histórico e cultural”.

Sobre o facto de as remessas dos imigrantes para os respetivos países terem baixado 2,8% no mesmo período, para os 518,2 milhões de euros, remeteu-o para o secretário de Estado para a Cidadania e Igualdade.

À acusação de “desrespeito institucional” feita pelo deputado do PSD Carlos Gonçalves, na sequência de uma viagem do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas à Suíça, para um encontro com emigrantes, no mesmo fim de semana do congresso social-democrata, também mereceu resposta de José Luís Carneiro, que considerou ser a “última preocupação” de toda a logística que é necessário haver “quando se realizam os congressos dos diferentes partidos”.