A Comissão Nacional de Eleições (CNE) timorense enviou hoje para publicação o registo da coligação Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD), a primeira a completar todos os requisitos para poder concorrer às eleições antecipadas de 12 de maio.

“Depois da reunião da CNE aprovamos o registo da FDD e enviámos para que seja publicado no Jornal da República”, confirmou à Lusa Alcino Baris, presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Segundo Baris, a coligação registada integra quatro partidos políticos que se apresentaram separadamente nas eleições parlamentares de 2017: o Partido de Unidade e Desenvolvimento Democrático (PUDD), a União Democrática Timorense (UDT), a Frente Mudança (FM) e o Partido Desenvolvimento Nacional (PDN).

Alcino Baris explicou que o registo da FDD ficou concluído depois de a coligação ter acordado retirar do seu símbolo uma cruz, um elemento religioso que, segundo a lei, não pode fazer parte da simbologia político-partidária. De fora da FDD fica um dos seus membros iniciais, o Partido Republicano (PR) que diz não ver representados os seus interesses no projeto de coligação pré-eleitoral.

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João Saldanha, responsável do Partido Republicano, confirmou à Lusa que à última da hora o seu partido deliberou sair da coligação porque os objetivos iniciais não estavam a ser cumpridos. “O objetivo do PR era com a FDD criar uma força política alternativa, baseada nas ideias do centro-direita, que consideramos ser um espaço aberto aqui. Depois percebemos que não havia essa vontade e que a aproximação política não dava para ser alternativa”, explicou.

A FDD é uma nova coligação que nasce depois da divisão no seio de outra proposta de coligação, a Frente de Desenvolvimento Nacional (FDN) que, inicialmente englobava nove partidos.

A FDD não decidiu ainda se vai ou não apoiar a outra coligação pré-eleitoral, a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), registada esta semana na CNE e que reúne as três maiores forças da oposição, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

Alcino Baris explicou à Lusa que depois de analisar a documentação apresentada na terça-feira, a CNE devolveu o processo de registo da AMP aos seus responsáveis para corrigir um dos aspetos apresentados. “Indeferimos a proposta de registo e hoje enviámos à AMP um pedido para que corrijam e devolvam a documentação. A cláusula em questão diz respeito à AMP estar abertura a outros partidos que queiram aderir à aliança mas que não fazem parte da coligação”, explicou.

A campanha para as eleições antecipadas para eleger o novo Parlamento Nacional de Timor-Leste decorrerá entre 10 de abril e 9 de maio.