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DANIEL ROLAND

DANIEL ROLAND

Engenheiros, matemáticos, físicos. O dinheiro também está nas mãos deles

São perfis improváveis que utilizam formações em Matemática, Física, Engenharia e Direito para fazer mexer os mercados. Porque investimento não é só dinheiro e finanças. Também é disciplina e rigor.

“Não são tretas, aquilo que se vê nos filmes de Wall Street”, atira Vítor Ramos, diretor adjunto do Montepio, antes de começar a recordar o enredo de “Margin Call – O Dia Antes do Fim”, que retrata a origem da crise financeira de 2008. A conversa já ia na reta final, mas foi aí que o entusiasmo entrou no gabinete. Ao lado, mercados: relógios, ecrãs de computadores, gráficos, telefones. A dimensão não é a da mítica Stratton Oakmont de Jordan Belfort, que Martin Scorsese retratou em 2013 em “O Lobo de Wall Street”, com muita droga e sexo à mistura. Nem a euforia. Nem o tema da conversa é esse. Por volta das 11 horas da manhã de uma terça-feira quente, o assunto em cima da mesa são as engenharias e os mercados. A balística, sobretudo.

Desengane-se quem pensa que para trabalhar com mercados financeiros é obrigatório um MBA ou uma especialização em Finanças. Os perfis improváveis, que fazem mexer os gráficos dos investidores no mundo, também existem fora dos filmes de Hollywood. “O melhor tipo para analisar o comportamento dos mercados é o engenheiro de balística”, afirma Vítor Ramos, 48 anos, responsável por uma plataforma que disponibiliza ferramentas de negociação eletrónica, na qual os clientes do Montepio podem transacionar todo o tipo de ativos financeiros. Porquê um engenheiro de balística? Porque percebem de variáveis. Ondas, fontes de calor e todas as outras condicionantes que podem alterar milimetricamente a trajetória de um míssil.

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“Normalmente quem os contrata são grandes hedge funds, para desenharem modelos de black boxes, caixas negras que têm algoritmos que, no fundo, analisam todo o tipo de séries que existem, como dados macroeconómicos ou a temperatura, porque as pessoas tendem a ter um comportamento mais avesso ao risco em determinados climas. Os dias mais cinzentos deprimem-nos mais, por exemplo”, explica.

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Black boxes, as caixas negras do investimento ou os super computadores. É lá que estão as séries que são analisadas e construídas pelos engenheiros, num processo de pesquisa de otimização. A ideia é que perante determinado conjunto de dados do passado, se perceba se o preço do petróleo, por exemplo, vai subir ou descer. “É ir à procura da percentagem, de qual foi o contributo daquela série para aquele valor e otimizar o mais possível esses dados”, explica Vítor Ramos. Do que se fala? Do trading eletrónico.

Os engenheiros de balística são as mentes que alimentam as caixas negras. São eles que desenham os algoritmos que estão por trás das tomadas de decisão automáticas, que fazem os mercados mexer. Vítor Ramos não é engenheiro de balística, é matemático com formação na Escola Naval. Mas poderia ser arquiteto. Em 1984, entrou para a licenciatura em Arquitetura, mas por curiosidade também se candidatou ao curso de Ciências Sócio-Militares, da Escola Naval. Estaria para breve um futuro na Marinha de guerra? Não. No terceiro ano, a morte do melhor amigo, com quem também partilhava camarata, afastou-o do percurso naval. Ficou a aprendizagem e as equivalências em física e matemáticas.

Vítor Ramos vive dos mercados, mas poderia viver da arquitetura, curso em que se inscreveu em 1984. A curiosidade levou-o à Escola Naval e por lá ficou, até o melhor amigo ter falecido.

“Não fiz questão de lá ficar, quando o meu amigo morreu”, conta, sem querer entrar em grandes pormenores desse episódio da sua vida. O próximo passo deu-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em Matemática, mas acabou por acabar o curso numa universidade privada, para poder trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Em 1989, entrou para o banco francês Credit Lyonnais, para o qual também trabalhou em Paris. Depois, foi desenhar a sala de mercados do Finibanco e, quando o banco foi comprado pelo Montepio, integrou a equipa.

Vítor Ramos é matemático, mas fez uma pós-graduação em mercados e ativos financeiros. Conta que no dia a dia sente, sobretudo, a influência da Escola Naval. A tomada de decisões, a capacidade de liderança, a postura face ao risco ou a importância do grupo face ao indivíduo – são tudo conceitos com que brinda a sua atividade nos mercados. Da Matemática, traz sobretudo a estatística. “Tudo isto se relaciona com a estatística, o tentar perceber o que aconteceu no passado e conseguir inferir as repercussões que vamos ter no futuro”, adianta.

Objetivo: ter padrões, lógicas de funcionamento. Se um país estiver a crescer mais do que outro será razoável que a moeda desse país suba mais, explica. No raciocínio, há que incluir os problemas geopolíticos. Enquadrá-los num pacote e inferir uma tendência, numa lógica de sistema. “Cada vez mais as ciências sociais começam a ter muita importância nestas áreas de mercado, porque o que se vê é que o comportamento dos investidores face a determinado cenário ou envolvência de maior ou menor risco é mais ou menos previsível”, diz.

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E volta à Escola Naval. Cumprir regras, objetivos e a responsabilidade de quem toma decisões. Da Matemática, o rigor. “Um é um. Não é 1,1 ou 1,01. Isto é um banco e as coisas são o que são. Precisas e concisas”, diz. O que é necessário para se lidar com dinheiro? Um sentido de responsabilidade “muito grande”, perceber a importância do bem comum e que existem decisões que, apesar de fazerem sentido, devem ser postas de parte, porque colocam em risco esse mesmo bem.

Deixar o ego fora da equação também é relevante, porque tomar decisões com base no orgulho pessoal pode dar mau resultado. “Não devemos, em momento algum, esquecer as regras. Devemos seguir à risca o padrão que está definido. Temos visto a nível nacional e internacional que quando as regras não são cumpridas os resultados podem ser catastróficos”, adverte. E deixa a nota de que até pode ser possível enganar muitos durante pouco tempo, mas é impossível enganar poucos durante muito tempo.

Matemática é estabelecer processos, revela. “O sonho de um matemático, lá no fundo, é olhar para o passado e conseguir extrapolar qual é a tendência. Gosta. Dá gozo olhar para o passado e conseguir perceber a olho nu o que vai acontecer”, explica. Por isso é que é importante perceber os cenários em que determinados desempenhos ocorrem. O que se está a passar no Iraque, Síria e Rússia é razão “mais do que suficiente” para que o petróleo suba e isso não está a acontecer, adianta.

"O sonho de um matemático, lá no fundo, é olhar para o passado e conseguir extrapolar qual é a tendência. Gosta. Dá gozo olhar para o passado e conseguir perceber a olho nu o que vai acontecer."
Vítor Ramos

Situação que o marcou? A crise do Sistema Monetário Europeu (SME), em 1992, mas confessa que a sua geração tem sofrido “atropelos de meia-noite”. “Eu estava no Crédit Lyonnais nessa altura e houve quem perdesse o emprego naquele dia”, conta. O diretor recupera a desvalorização do escudo e explica o que se passou há 22 anos. As moedas estavam sujeitas a um intervalo de flutuação que estava definido naquele período de pré-adesão ao euro, em que não poderiam ter uma variação superior a “x”. Nesse dia, as moedas estavam sob um forte ataque especulativo nos principais bancos internacionais.

“O marco alemão valia 84 escudos e a banda de flutuação seria qualquer coisa como 8% para cima e para baixo. Às tantas, quem estava a especular tentou fazer com que a banda de flutuação fosse quebrada e começou a apostar na desvalorização do escudo. O Banco de Portugal tinha como missão manter a cotação do marco contra o escudo naquela banda de flutuação. Chegou a determinado nível e não aguentou manter a aposta contra os especuladores e suspendeu a cotação”, revela. Nesse dia, adianta, “a vida correu mal a todos os bancos portugueses e perdemos todos uma pipa de massa”.

Como lidar com uma perda inesperada? Com controlo, responde. E volta a insistir na importância que a Escola Naval tem no seu dia-a-dia. Pés na terra, cursos de sobrevivência, variáveis que se conseguem dominar são expressões que cabem tão bem na conversa como o dinheiro nos mercados. “Deve ter-se algum cuidado quando se parte de uma premissa fixa, porque não existem”, adianta. É por isso que as regras devem ser desenhadas e, sobretudo, seguidas. Porque o mercado pode estar mais tempo irracional do que o tempo que o investidor está solvente, revela.

Andreia Reisinho Costa

Direito para os mercados e para a vida

“Calma. São os mercados, descansa”, diz Rui Garganta à mulher, quando esta acorda de madrugada com o som das notificações do smartphone do trader do Montepio. “O que é que está a apitar?”, recorda, entre sorrisos que contam já com 58 anos de vida. Rui Garganta chega à sala de mercados do Montepio por volta das 8h30. Começa a manhã a ver o que aconteceu nos mercados durante a noite, como no australiano, vê algumas análises, trabalha sobretudo com o mercado cambial, investimento em moedas e, quando chega a casa, não desliga. Os mercados estão lá, são uma constante. Estão à distância de um clique no smartphone. “Não vivemos numa tranquilidade absoluta. Temos de estar tranquilos, mas essa tranquilidade não é, desculpe o termo, tranquila”, revela.

11 de setembro de 2001. Quando o trader olha para a televisão presente na sala de mercados do Finibanco e vê o primeiro avião a atingir uma das torres gémeas, percebe que algo se passa. Quando o segundo avião aparece, teve a certeza. “O 11 de setembro foi forte”, diz. Lembra que nesse dia houve “muita gente que perdeu dinheiro”. É a reação típica do mercado: quando acontece algo de que ninguém está à espera, há uma reação forte. Mas depois estabiliza. “Temos de ter coragem e de ser disciplinados ao ponto de estabelecermos stop losses, que é quando, por exemplo, eu compro determinada moeda a determinado preço, mas se [a sua variação] bater na ordem que dei, a posição é fechada. Só que se for um acontecimento violento, a minha ordem pode não ser executada e a posição não fecha”, explica.

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Rui Garganta é licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa. Quando começou a trabalhar no Crédito Predial Português, em 1981, as novidades sabiam-se pela agência de notícias Reuters, pelas fontes de informação mais próximas pelos telexes, um sistema internacional de comunicações escritas que enviava mensagens para todo o mundo.

Esteve 12 anos no Crédito Predial Português, para depois entrar para a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, onde esteve durante um ano e meio, até que saiu para estrear o Finibanco. Depois de a instituição ter sido adquirida pelo Montepio, integrou a equipa.

O emprego no Crédito Predial Português não fez com que desistisse dos estudos em Direito. Pelo contrário. Conta que a licenciatura ajuda em tudo na vida, sobretudo na sala de mercados. “O que fez com que não quisesse mudar para um cursos de Finanças ou Economia foi ter percebido que o Direito tem uma visão alargada da sociedade, de tudo o que existe, das relações interpessoais às económicas. Dá uma noção de como funciona o mundo”, explica.

O segredo está na interpretação que Rui Garganta faz dos acontecimentos, diz. “Às vezes, nos mercados, precisamos de uma interpretação mais ampla ou restrita do que está a acontecer e a interpretação que fazemos das normas jurídicas permite-nos ver determinados conceitos de forma diferente”, explica. E fala das declarações do Banco Central Europeu, do que se passa na Rússia e na Urânia e do impacto que todos esses acontecimnetos podem ter no mercado.

"A interpretação que fazemos das normas jurídicas permite-nos ver determinados conceitos de forma diferente."
Rui Garganta

Truque para ser um bom trader? Disciplina, revela. É por isso que é importante estabelecer limites, para haver uma noção de até quanto se pode perder. Depois, a relação com as pessoas. “Nunca descurar as sugestões que nos possam fazer. Imagine que alguém nos diz agora que o dólar vai subir e bater os 1,40 euros. Se nós olharmos para o mercado nesta altura, vemos que é pouco provável que isso aconteça, dadas as condições atuais, mas também não é improvável”, acrescenta, explicando que é preciso compreender todas as análises que podem ser feitas e ter segurança nas decisões tomadas.

Rui Garganta lembra a primeira guerra no Iraque e da noite em que foi para o Crédito Predial Português à uma hora da manhã com o coração nas mãos. A noite foi longa, mas calma. Importante é respeitar as regras, diz. Afinal, afirma, trata-se de um jogo. “Tudo na vida é um jogo, mas não é um jogo de casino. É um jogo apoiado por pensamentos económicos, por análises e teorias. Temos de ser muito disciplinados”, diz.

Física é saber investir

Luís Batalha foi o melhor aluno do Instituto Superior Técnico em 2012. O mestrado em Física terminou com uma média superior a 19. Não chegou a precisar quanto, nem precisou. O “19” ilustrou a conversa que continuou com um eventual doutoramento em Física nos Estados Unidos da América (EUA), mas que foi trocado por uma proposta de emprego numa sociedade de capital de risco. A proposta chegou pelo telefone. Parece que era mesmo atrás de Luís Batalha que a empresa andava. Aceitou. O desafio, conta, era aliciante.

“Eles contratam engenheiros de vários ramos pelas suas capacidades analíticas e de problem solving [resolução de problemas]. Querem pessoas que saibam pensar”, explica. Luís tem 24 anos e atualmente gere uma startup que desenvolve software para projetos de comércio eletrónico. Na sociedade de capital de risco em que trabalhou durante oito meses era o único membro da equipa que não era de Finanças. A Física ficou lá atrás.

Luís Batalha tem 24 anos. Aos 22, foi o melhor aluno do Instituto superior Técnico

© Fábio Pinto

As diferenças na abordagem existiam, revela a conversa que tem com o Observador. “Eles acreditam que se tu fores bom na parte de engenharia, na capacidade analítica, Matemática e Física, facilmente aprendes finanças”, revela. Luís Batalha recorda o primeiro projeto em que esteve envolvido e como desenvolveu um programa que substituía o Excel. “Nós tínhamos de analisar uma quantidade enorme de dados e eles faziam-no em Excel, através de processos manuais. Quando lá cheguei, percebi que podia desenvolver um programa que fazia todos esses processos. E desenvolvi”, conta. Na licenciatura em Física, Luís Batalha aprendeu a programar.

A sociedade de capital de risco em que o jovem trabalhava investia em empresas em dificuldades, através de um fundo de compra de dívida. Primeiro, analisava a empresa e, se decidisse investir, intervinha na gestão. Tornavam-na “viável”, conta. Como? Criando sinergias, propondo fusões, gerindo ineficiências, obrigando a uma análise mais sistemática do negócio. De que forma é que a formação em Física o distinguiu? Pela programação e pela forma como olhava para os números. “Eu tinha um background muito matemático. Esta parte analítica ajudava-me muito”, revela.

"Nós tínhamos de analisar uma quantidade enorme de dados e eles faziam-no em Excel, através de processos manuais. Quando lá cheguei, percebi que podia desenvolver um programa que fazia todos esses processos. E desenvolvi."
Luís Batalha

Luís Batalha foi para Física, porque gostava de saber como é que as coisas funcionavam. Por curiosidade, portanto. Quando trabalhou na área de investimento, percebeu que tinha de pensar e trabalhar rápido. Sentiu que o raciocínio matemático o ajudou e que é, na verdade, uma das características que distingue os bons gestores. Outra é a capacidade de adaptação: olhar para algo nunca antes visto e analisá-lo. “Foi uma das coisas que aprendi no Técnico, a que dou muito valor: a capacidade de olhares para uma área que desconheces e conseguir aprendê-la, analisá-la”, conta.

Olhar para uma empresa, saber ser sistemático e analítico, tendo em conta as métricas. Cursos fortes de um ponto de vista analítico ajudam, revela, como as engenharias, a Matemática e a Física. Como se sabe se é um bom investimento? Olhando para o mercado e analisando todas as variáveis que podem influenciar o negócio. Não são decisões que se tomam num minuto, como na bolsa, demoram muito tempo a ser tomadas, explica.

A uma sexta-feira, Luís Batalha despediu-se, comprou um bilhete de avião para Boston e no dia a seguir apanhou-o. Esteve nos Estados Unidos da América (EUA) durante um mês, até que regressou para que, juntamente com o irmão e dois amigos, lançar a Orankl, a startup que venceu a edição do programa de aceleração de empresas Lisbon Challenge, promovido pela Beta-i. Atualmente, vive nos EUA e a Orankl está incubada no Y Combinator, um dos programas de aceleração de startups mais respeitado pela comunidade empreendedora.

Andreia Reisinho Costa

Trading de pai para filho

Vítor Nascimento, 26 anos, é engenheiro biomédico e durante três meses trabalhou no Banif Trader. Apesar da formação em engenharia, não era um novato no mundo dos mercados. Desde os 18 anos que Vítor Nascimento faz investimentos em bolsa, em parte devido ao contacto que teve, desde cedo, com os mercados. “Lembro-me de ver o meu pai a passar o dia a ver o Teletexto em casa e a tomar notas num caderno. Na altura, não sabia o que é que ele estava a fazer, mas depois percebi que, afinal, ele estava a transacionar na bolsa portuguesa e espanhola”, conta.

O mundo do investimento não era novidade, mas ainda assim houve algumas terminologias que foram mais complicadas de perceber. O mestrado em engenharia ajudou-o adaptar-se rapidamente às várias situações que teve de enfrentar. Confessa que não foi difícil perceber os cálculos por trás dos investimentos e instrumentos financeiros e que o que o mais distinguia na equipa era o tipo de análise que fazia. Contudo, revela: “Saí de uma forma demasiado prematura do Banif”.

Por lá, foi o “senhor engenheiro”, termo que um dos clientes com que trabalhava utilizava para se referir a si, por graça. Peter Sullivan, a personagem principal de “Margin Call” que descobre o esquema fraudulento que está por detrás da falência do banco onde trabalha – e que pretende retratar a falência do Lehman Brothers – é doutorado em Engenharia, pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) com uma especialização em Propulsão, o movimento criado a partir de uma força que dá impulso. É um Rocket Scientist, como diz Jared Cohen, no filme.

Porque é que um engenheiro do MIT quer trabalhar na banca de investimento? Sullivan responde: “São apenas números, na verdade. A única coisa que muda é o que você está a adicionar, e a para falar abertamente, o dinheiro aqui é consideravelmente mais atrativo.”

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