Start me Up, Miss You, Angie, (I can’t get no) Satisfaction e Simpathy for the Devil. Estas são cinco hipóteses de escolha para os fãs que se desloquem até à página oficial dos Rolling Stones, com o objectivo de votarem na canção que gostavam ver a banda interpretar durante o concerto que decorre no festival Rock in Rio, em Lisboa, nesta quinta-feira.
Além daquele quinteto de êxitos clássicos que costuma integrar o alinhamento das prestações ao vivo dos Stones, os apreciadores daquela que já recebeu o título de maior banda de rock and roll do Mundo têm ainda a possibilidade de votarem, livremente, numa sexta hipótese. Entre um repertório vasto, na maioria constituído por canções da autoria do vocalista Mick Jagger e do guitarrista Keith Richards, o Observador revela-lhe cinco temas que habitualmente estão arredados dos concertos dos Rolling Stones, mas que merecem um voto de confiança.
Integrada no álbum Their Satanic Majesties Request, de 1967, é a canção mais melódica do disco e um dos êxitos, regra geral, ignorados pela banda durante os concertos. Produto da curta fase psicadélica dos Rolling Stones, é um tema que cativa à primeira audição, quando as notas iniciais do piano começam a soar, num registo de caixa de música destinada a entreter crianças.
Durante as sessões de gravação de Sticky Fingers, de 1971, o tema andou pelo estúdio móvel dos Rolling Stones sob a designação The Japanese Thing. Foi das últimas canções a ser registada e, com Keith Richards ausente, coube a Mick Taylor, na altura membro oficial da banda, assegurar todo o trabalho de guitarra. A canção evolui em crescendo, com a orquestração a dar-lhe uma dimensão épica antes do regresso à serenidade, já no final do tema.
Nos momentos em que os Rolling Stones optam por um registo acústico e largam as guitarras elétricas, Angie costuma ser o ponto alto neste intervalo. Mas a banda tem muito mais por onde escolher. Sweet Black Angel faz parte de um dos discos mais celebrados na carreira do grupo, Exile on Main Street, de 1972, e foi o lado 2 do single que tinha como prato forte Tumbling Dice, outro clássico. Guitarras acústicas e harmónica marcam a atmosfera folk deste tema.
Sucessor de uma das obras maiores dos Stones, Goats Head Soup foi causticado e classificado como um disco menor em 1973, ano da sua edição original, apesar de, entre as dez canções que integram o álbum, se contar Angie. Um dos traços distintivos dos Rolling Stones é o seu talento para criarem riffs de guitarra poderosos e irresistíveis. Dancing with Mr. D, em passo arrastado, pode não ter a força de Start me Up ou de Brown Sugar, mas é um dos grandes riffs na carreira da banda.
It’s Only Rock’n’Roll, de 1974, foi o último álbum dos Rolling Stones em que Mick Taylor participou. E o seu talento como instrumentista está bem representado em diversas canções do disco. Um desses grandes momentos ficou registado em Time Waits for No One, mais uma daquelas canções que raramente sobe ao palco durante os concertos, mas que revela como a dupla formada por Mick Jagger e Keith Richards consegue ser tão brilhante nos terrenos do rock, como na criação de canções que cativam pela melodia.