A quebra da natalidade em Portugal levou o país a bater um novo recorde em 2013. Desde que há registos sobre o número de nados vivos de mães residentes, nunca nasceram tão poucas crianças como no ano passado, com o Instituto Nacional de Estatística (INE) a assinalar apenas 82,8 mil nascimentos, uma redução de 7,9% em comparação com 2012.

Os números divulgados nesta sexta-feira pelo INE, a propósito do Dia Mundial da Criança que se celebra a 1 de junho, indicam que, nos últimos 50 anos, a proporção de crianças sobre a população total de Portugal caiu para metade. Em 1960, o peso das crianças era de 29,2%, mas começou a reduzir-se até se fixar em apenas 14,9% em 2011.

A tendência acentuou-se sobretudo a partir da década de 1980. Entre 1981 e 2011, refere o INE, Portugal “perdeu” 936 mil crianças, o que corresponde a uma diminuição superior a 37% em 30 anos. A descida, durante aquele período, foi de 39% na faixa etária que engloba as crianças até nove anos e de 34% no grupo entre os dez e os 14 anos.

Se os números relativos ao passado denunciam um grave problema demográfico no país, as próximas décadas poderão não conseguir representar uma inversão. Os técnicos do INE adiantam que, para o período de 2012 a 2060, o número de crianças em Portugal poderá sofrer uma quebra que “variará entre 25% e 62%”. O cenário central elaborado pelo Instituto admite uma redução de 36%.

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Pelo lado positivo, o INE sublinha que a taxa de mortalidade infantil se reduziu “drasticamente”. Em 2013, foi de 2,95 óbitos por mil nados vivos. Em 1960, o mesmo indicador situava-se em 77,5 mortes em cada mil nascimentos.