Na sexta-feira, a Ordem dos Médicos participou numa reunião conjunta da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) com o ministro Paulo Macedo. No final desta reunião, a presidente da FNAM revelou à Lusa ter comunicado ao ministro da Saúde a convocação de uma greve para 08 e 09 de julho, juntamente com o SIM.

Em comunicado hoje divulgado, a Ordem dos Médicos “reitera a sua total abertura para o diálogo, mas também manifesta a sua disponibilidade para apoiar e tomar todas as medidas que se revelem indispensáveis para estimular o êxito autêntico desse mesmo diálogo”. A Ordem diz aguardar que o Ministério da Saúde envie às organizações médicas, na segunda-feira, a ata da reunião, “para poder aferir com toda a objetividade a forma como as palavras e as frequentes afirmações genéricas de boa intenção são passadas a um documento com afirmações escritas e compromissos objetivos, concretos e datados”.

A organização dos médicos defende que foram muitas as preocupações dos profissionais que não tiveram resposta e refere a Lei do Ato Médico, o levantamento dos obstáculos à reforma dos Cuidados de Saúde Primários e a insistência na “recusa em corrigir os erros que, por exemplo, levaram o Hospital de Santarém, com uma honestidade que possivelmente irá ser amordaçada, a assumir a falta de qualidade da sua urgência geral, prestando um mau serviço aos doentes, consequência das medidas do Ministério da Saúde”.

A Ordem dos Médicos realça “o ineditismo desta situação, que ilustra como todas as partes têm a consciência da importância e sensibilidade do momento presente”, e sublinha a “comunhão de objetivos dos sindicatos e da Ordem” em defesa da “qualidade da medicina portuguesa e dos legítimos interesses dos doentes” relativamente aos serviços de saúde. A Ordem dos Médicos recorda o contexto que antecedeu a reunião “motivada por um longo, e por vezes penoso, arrastar de situações por resolver, de ininterrupta e contraditória produção legislativa sem audição prévia das organizações médicas, bem como da contínua degradação do SNS” (Serviço Nacional de Saúde).

Na lista de críticas, a organização aponta também a existência de uma “intensa campanha estigmatizante e mentirosa contra a dignidade de toda a classe médica, como exemplifica a mais recente notícia de ´3000 médicos inadaptados´” e a “imposição de um clima de perseguição e medo e de colocação de obstáculos artificiais às boas práticas médicas”.

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