A greve dos funcionários do município de Lisboa, nomeadamente da limpeza urbana, convocada para quinta-feira, mantém-se após uma reunião de quatro horas e meia entre a autarquia e o sindicato, anunciou um representante dos trabalhadores.
“A greve para já mantém-se. Vamos reunir amanhã (quarta-feira) com a direção [do sindicato] para avaliar as propostas que o senhor presidente [da Câmara Municipal de Lisboa] nos apresentou, de solução dos vários problemas que aqui trouxemos”, disse hoje Vítor Reis, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) no final da reunião, nos Paços do Concelho, entre o sindicato e o executivo municipal que começou pouco depois das 18:45 e terminou às 23:13.
Vítor Reis reconheceu uma maior abertura, face à demonstrada pela CML nos encontros de quarta e quinta-feira, referindo que em cima da mesa esteve a proposta de entrada imediata de 150 trabalhadores para a área da limpeza urbana, sendo que 125 serão avençados e os restantes contratados através do Contrato Emprego-Inserção (CEI), do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
A paralisação de quinta-feira, dia dos Casamentos do Santo António e das Marchas Populares e na véspera do dia da cidade, foi convocada pelo STML e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), abrangendo todos os setores e funcionários da autarquia e das juntas de freguesia de Lisboa.
Os trabalhadores do município também vão estar em greve ao trabalho extraordinário entre 13 e 22 junho, e no dia 14 de junho os trabalhadores da limpeza urbana vão parar entre as 00:00 e as 05:00.
Entre os motivos estão a falta de pessoal, o elevado número de horas de trabalho, as más condições laborais e a pressão feita aos trabalhadores para completar o serviço.
Segundo números do STML, a descentralização das competências do serviço de limpeza urbana da câmara para as juntas de freguesia, levou à saída de 650 trabalhadores, sendo que na autarquia ficaram menos de 500 e 180 não estão aptos para efetuar aquelas tarefas.