Richard Branson, fundador do Virgin Group, não tem dúvidas: um dos investimentos mais excitantes dos próximos 20 anos passa pelas viagens ao espaço, diz no estudo The Wealth Report 2014, promovido pela Knight Frank. Em causa, está o “sucesso inicial” de empresas como a Virgin Galactic, propriedade de Branson, que está a suscitar o interesse do gigante da tecnologia Google, segundo o que foi noticiado pela Sky News, esta sexta-feira.

A multinacional americana está em conversações para adquirir parte da empresa de turismo espacial, que já tem lugar reservado para atores como Ashton Kutcher ou Leonardo DiCaprio.

A Virgin Galactic tem estado ocupada a trabalhar no turismo espacial dos milionários, mas os planos para o futuro passam por outra exploração comercial: a redução do tempo das viagens transcontinentais, segundo o que Richard Branson revelou aos responsáveis pelo estudo da Knight Frank.

“Estou muito empolgado com a versão futura da nossa nave espacial, cujo objetivo é o de fazer uma viagem transcontinental limpa e rápida – de Londres a Sydney, em duas horas e com o mínimo impacto ambiental”, revelou Richard Branson. A possibilidade de viajar fora da atmosfera terrestre permite que se viaje acima das 6,4 mil quilómetros por hora. Uma alternativa para quem quer tomar o pequeno-almoço em Mayfair, Londres, e almoçar com vista para a Opera House em Sydney, na Austrália, por exemplo.

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Se a ideia se tornar realidade, as deslocações rápidas podem mudar o panorama atual do mercado imobiliário de luxo, segundo o estudo. Nova Iorque deixou de ser o maior centro de riqueza global, porque Londres é mais central para os bilionários africanos, do médio-oriente, russos e europeus. Mas e se a viagem deixar de ser um obstáculo?

“À medida que os centros de riqueza globais se tornam dramaticamente mais acessíveis, o critério para a escolha da segunda casa dos bilionários pode passar mais pela sua localização do que pela conveniência da viagem”, lê-se no estudo.

Há pedras preciosas no espaço?

Contudo, não é só a indústria aeroespacial que pode fazer furor entre os investidores, nos próximos anos. A Planetary Resources, detida em parte pela Google, e a Deep Space Industries estão a trabalhar para que a exploração mineira de asteróides, em busca de metais preciosos, se torne uma realidade e até a NASA está a considerar o potencial desta ideia.

Entretanto, os planos de Richard Branson para o espaço não se ficam por aqui. “Acredito que o lançamento do nosso pequeno satélite pode melhorar radicalmente a vida das pessoas na Terra, permitindo criar estações de energia solar espaciais ou sistemas de fornecimento de internet e telefone mais económicos. A Virgin Galactic pode muito bem ser a empresa mais valiosa que alguma vez lançámos e é possível que se torne pública, permitindo que grandes e pequenos invetsidores se juntem a esta viagem”, adiantou aos responsáveis pelo estudo.