Esperava-se um jogo equilibrado entre Grécia e Colômbia. A defesa sólida e paciência grega contra o talento de James Rodríguez, Cuadrado e companhia. Enquanto os gregos vão já na terceira presença em Mundiais, a segunda seguida, os “cafeteros” não participavam na prova desde 1998, numa seleção em que brilhavam Valderrama, Asprilla e Valencia. Esta Colômbia do século XXI é uma das candidatas a surpresa no Brasil. Falcao, o melhor jogador colombiano da atualidade, é a grande ausência. Um dos objetivos dos colombianos será roubar o título de geração de ouro à seleção de 1994, a tal que venceu por 5-0 a Argentina, em Buenos Aires. E para já, não começaram nada mal. A Colômbia venceu a Grécia por 3-0, [e não o contrário como, por problemas técnicos, surge na página de entrada do Observador] com golos de Armero, Teo Gutiérrez e James Rodríguez.

Vamos lá ao que interessa e começar pelo princípio. Os eleitos de Fernando Santos foram Karnezis, Torosidis, Sokratis, Manolas, Holebas, Katsouranis, Maniatis, Kone, Salpingidis, Samaras e Gekas. A Colômbia começou com Ospina, Zuniga, Zapata, Yepes, Armero, Aguilar, Sánchez, Cuadrado, Ibarbo, James Rodríguez e Teo Gutiérrez.

A Colômbia entrou com mais intensidade e entusiasmo. A técnica cedo viria ao de cima. Depois de uma bela jogada de Cuadrado pela direita, a que se seguiu uma simulação de James Rodríguez já dentro da área, Armero empurrou, com alguma felicidade, para o um-zero (5′). Ao 54.º jogo, o jogador do Nápoles marcava o segundo golo pela seleção. A festa dos jogadores foi… veja com os seus próprios olhos:

https://twitter.com/FootballVines/status/477845281946763264

Depois do golo, a Colômbia optou por baixar as linhas e arriscar menos no ataque. Havia menos magia. A Grécia subiu no terreno e melhorou mas ia revelando dificuldades a construir jogo. Samaras foi o primeiro a responder ao golo colombiano. Estar a perder tão cedo era algo que não estava nos planos de Fernando Santos, certamente. Uma equipa tradicionalmente defensiva não goza de ideias e criatividade no seu ADN para assumir um jogo. Já Pekerman, o selecionador colombiano, pedia mais bola e agressividade aos “cafeteros”. Tal como Asprilla, o histórico jogador colombiano que brilhou no Parma, pedia, via Twitter, mais calma na hora de trocar a bola.

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O intervalo chegaria, mas não sem que Cuadrado assinasse mais algumas investidas pela direita. Samaras e Kone ainda tentaram o empate, mas o marcador não mexeria. O golo foi, ironicamente, o pior que aconteceu ao jogo, pois retraiu os colombianos, que começaram a pensar em segurar o resultado. James Rodríguez esteve algo ausente no primeiro tempo. Intervalo: 1-0 em Belo Horizonte.

A segunda parte trouxe ainda mais equilíbrio e menos brilho. A Colômbia continuava na expectativa, contrariando os desejos de Asprilla. Samaras continuava a ser o jogador mais mexido e inconformado por parte dos gregos, mas golos nem vê-los. O dois-zero chegaria aos 58′ de canto. James bateu, Aguilar desviou ao primeiro poste e Teo Gutiérrez, o avançado do River Plate, aproveitou para encostar para a baliza deserta. Dois-zero. A vida estava muito difícil para Fernando Santos.

Aos 63′, Gekas cabeceou com violência à trave após cruzamento de Torosidis, mas depois disso poucas ou nenhumas oportunidades de golo se veriam. A Colômbia continuava estacionada no seu meio-campo, piscando o olho a contra-ataques. Cuadrado assumia-se como o motor desta equipa. Benfiquistas, sportinguistas e portistas teriam a oportunidade de matar saudades: Arias entrou aos 74′, Jackson aos 76′ e Karagounis aos 78′ — Katsouranis foi titular na defesa grega e James, como já vimos, no meio-campo colombiano.

O jogo estava meio estranho, sem grande interesse, e já caminhávamos a passos largos para o final da partida quando o terceiro da tarde surgiu já nos descontos. Cuadrado voltou a acelerar desenfreadamente, depois beneficiou de um ressalto e tocou, de costas com a sola da bota, para James Rodríguez. O ex-jogador do FC Porto, com a classe do costume, escolheu o lado tranquilamente e fez o três-zero. E assim foi selado este primeiro jogo do Grupo C.

https://twitter.com/Vine_Football/status/477871920747380736

No final, Pekerman mostrava-se agradado: “[Sinto] satisfação e é um bom começo para estes jogadores que nunca jogaram um Mundial. Este apoio [no estádio] é uma maravilha.”

Aqui podemos analisar a influência e as zonas de ação dos jogadores de ambas as equipas: