As autoridades espanholas estão a implementar um amplo dispositivo de segurança para os atos relacionados com a proclamação de Felipe VI, que inclui o aumento do nível de alerta antiterrorista e medidas sem precedentes de cibersegurança.
Quase 7.000 agentes – 4.300 polícias nacionais e 2.672 guardas-civis – integram o dispositivo que estará a trabalhar em Madrid esta semana, incluindo na segurança do percurso que os reis farão, na quinta-feira, depois da sua proclamação, entre o Congresso de Deputados e o Palácio Real.
Cerca de 330 alunos da Escola Nacional de Polícia de Ávila e do Centro de Formação da Unidade de Intervenção Policial (UIP) ajudarão a manter a segurança ao longo desse trajeto, segundo informaram hoje fontes do Governo.
O Governo espanhol explica que se trata de um dispositivo “amplo e exaustivo” e que representa um dos mais complexos montados até hoje em Madrid, inclui 2.100 agentes anti-distúrbios procedentes de todo o país, especialistas em explosivos, agentes de cavalaria, guias caninos e unidades de subsolo.
Polícia científica, Grupos Operativos Especiais de Segurança (GOES), Unidade de Prevenção e Reação e Grupos de Atenção ao Cidadão estão igualmente envolvidos nas amplas operações.
Da parte da Guarda Civil estarão agentes de Trânsito, Serviço Cinológico, Serviço Aéreo, Grupo de Ação Rápida e Unidade Especial de Intervenção (UEI), entre outras.
Apesar dos atos principais se concentrarem na quarta e quinta-feira o destacamento do dispositivo começou já durante a madrugada de hoje, com as equipas dirigidas pelo Centro de Comando (CEMAN), na secretaria de Estado de Segurança, e coordenadas em quatro centros em várias estruturas de segurança.
O amplo dispositivo de segurança implica, na quarta e na quinta-feira restrições ao espaço aéreo em algumas zonas da cidade de Madrid, algo que o Governo garante não afetará voos a grandes altitude ou os comerciais de passageiros já programados.
Essas restrições devem-se ao facto de Madrid ter decidido aumentar o nível de alerta antiterrorista de 2 para 3 para a proclamação, medida tomada apesar de não considerar existirem ameaças adicionais.
A decisão, que implica entre outras questões, restrições no espaço aéreo durante os atos oficiais, foi já comunicada às forças de segurança que estão a preparar um amplo dispositivo para os dias 16 a 20 de junho.
O nível 3 de alerta implica a ativação de unidades especiais de intervenção e reserva das forças de segurança do Estado e a sua participação na vigilância dos locais de afluência maciça de pessoas, protegendo ainda as infraestruturas críticas.
Segundo o Governo, pretende-se com a alteração do nível “única e exclusivamente a conveniência de dar uma resposta proporcionada” para a proclamação.
Insistem, ao mesmo tempo, que não há qualquer ameaça “extraordinária” que possa afetar a segurança dos atos de proclamação.
Pela primeira vez, o Ministério do Interior vai ativar um dispositivo de cibersegurança que pretende ajudar a garantir o normal funcionamento de todos os atos relacionados com a proclamação de Felipe VI.
A missão principal é reforçar a proteção das infraestruturas críticas nacionais, respondendo ao que é o crescente número de ameaças virtuais, segundo explicou o Ministério do Interior.
O Governo referiu que as medidas que serão aplicadas abrangem prevenção, reação, mitigação e resposta e que o dispositivo, dirigido pelo secretário de Estado de Segurança, conta com o apoio do recém-criado Escritório de Coordenação Cibernética do Ministério do Interior.
Caberá a esta unidade trabalhar com a equipa técnica especializada na gestão de incidentes cibernéticos (CERT), com sede em León, e que deverá ser reforçada nos próximos dias.
A CERT manterá ainda contactos permanentes com as unidades tecnológicas da Polícia Nacional e da Guarda Civil que combate delitos e terrorismo no ciberespaço.