O nome Felix Kjellberg talvez não lhe diga nada. Mas, se citarmos a alcunha pela qual é conhecido a nível global por uma vasta legião de apreciadores de jogos eletrónicos, talvez soe alguma campainha. PewDiePie angariou 27 milhões de seguidores no YouTube e fatura, por ano, quatro milhões de dólares em receitas publicitárias, o equivalente, ao câmbio atual, a perto de três milhões de euros.

Como é que este cidadão sueco, de 24 anos e que vive no sul de Londres, conseguiu alcançar tamanha fama e fortuna? De uma forma muito simples. Num artigo publicado pelo Wall Street Journal, Kjellberg descreve-se como “um nerd que gosta de videojogos”. Um dia, há cinco anos, decidiu começar a filmar-se a si próprio a praticar o passatempo favorito e, de seguida, a publicar os resultados no YouTube.

Os vídeos que PewDiePie divulga através daquela rede social não correspondem àquilo que se espera, habitualmente, de um crítico de jogos para computadores e plataformas móveis. O fenómeno que, segundo a publicação norte-americana, costuma evitar a exposição pública e não se sente confortável com o sucesso, exclama opiniões de forma aleatória, faz caretas e emite interjeições enquanto joga. Os utilizadores podem observar o seu comportamento no canto superior esquerdo do ecrã e seguir, em simultâneo, a evolução do jogo.

 Os criadores de jogos estão, agora, preocupados em inventar produtos que sejam divertidos para quem joga, mas que também constituam um bom passatempo para quem está apenas a ver jogar.

A influência que conquistou pode decidir o sucesso ou o fracasso de um produto. Um dos exemplos está no que sucedeu com Flappy Bird. PewDiePie publicou um vídeo no YouTube em que mostrava a sua experiência ao testar este jogo. Rapidamente, registaram-se milhões de descargas, o que permitiu ao criador vietnamita passar da obscuridade à fama em tempo recorde.

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Felix Kjellberg, refere o Wall Street Journal, também está a mudar a abordagem de quem desenvolve estas aplicações de entretenimento. Os criadores de jogos estão, agora, preocupados em inventar produtos que sejam divertidos para quem joga, mas que também constituam um bom passatempo para quem está apenas a ver jogar.

“É fixe ter este género de influência, mas ao mesmo tempo também é um pouco assustador”, afirma Felix Kjellberg, que arrancou em direção à fama quando era estudante universitário em Gotemburgo. Em vez de frequentar com assiduidade as aulas, optou por ficar em casa a fazer os, agora, célebres vídeos e a partilhá-los no YouTube. Depois de ter abandonado o curso superior, chegou a vender cachorros quentes, mas verificava, com frequência, se as suas imagens enquanto jogava estavam a conquistar audiências.

O nickname surgiu de forma acidental. Kjellberg teve uma primeira conta no YouTube sob a alcunha PewDie. “Pew” por soar como o disparo de uma arma de raios laser e “Die” de morte. Como perdeu a palavra passe, criou uma nova conta a que acrescentou a expressão “pie” [“tarte”]. Ficou completo o epíteto do crítico de jogos eletrónicos que perto de 30 milhões de utilizadores do YouTube preferem.