O Governo já recebeu o relatório de avaliação da TAP, elaborado pelos assessores financeiros do processo de privatização, confirmando-se a subida de valor em 2013 face à anterior avaliação de 2012, revelou nesta terça-feira o secretário de Estado dos Transportes. “O calendário da TAP foi cumprido. Já tenho o relatório de avaliação da TAP”, afirmou aos jornalistas o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, à margem de um evento promovido pela gestora da bolsa portuguesa, a Euronext Lisboa, na capital do país.

Tal como o governante tinha antecipado no início de maio, o relatório final “concluiu que a companhia vale mais em 2013 do que em 2012”, porém, por razões de mercado, o responsável escusou-se a divulgar os valores em causa. Questionado sobre quando é que o Governo tomará uma decisão acerca de avançar, ou não, com a privatização da companhia de bandeira portuguesa, Sérgio Monteiro preferiu não adiantar uma data de referência.

A avaliação da TAP deveria ter sido entregue ao Governo no final de abril, mas os assessores financeiros pediram mais um mês ao Executivo de Passos Coelho para apresentarem a atualiazação da avaliação da empresa, de forma a recolherem mais elementos para o processo. Fonte governamental disse à Lusa, a 16 de janeiro, que o Governo pediu aos assessores financeiros da privatização da TAP (Barclays Capital, Banco Espírito Santo de Investimento, Citi Bank e Crédit Suisse) uma atualização da avaliação da companhia aérea.

O Governo recusou, em dezembro de 2012, a proposta de compra da TAP feita pelo grupo Synergy, detido pelo empresário colombiano Germán Efromovich.

O secretário de Estado Sérgio Monteiro admitiu em março a hipótese de a privatização da TAP ser feita em bolsa, como aconteceu com os CTT, explicando não excluir “nenhum modelo” para a alienação da companhia aérea. A imprensa tem avançado que há novos interessados, entre os quais o norte-americano Frank Lorenzo, antigo acionista e presidente da Continental Airlines, e Pais do Amaral.

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O Governo recusou, em dezembro de 2012, a proposta de compra da TAP feita pelo grupo Synergy, detido pelo empresário colombiano Germán Efromovich, o único concorrente à privatização da companhia aérea nacional. A venda está suspensa desde então e, no Orçamento do Estado para 2014, o Governo afirma que “continuará a monitorizar as condições do mercado, por forma a relançar o processo de privatização da TAP logo que estejam reunidas as condições propícias para o seu sucesso”.

O negócio da aviação da TAP, a TAP S.A., registou um lucro de 34 milhões de euros em 2013, uma subida de 42% em relação a 2012, completando cinco anos consecutivos de resultados positivos.

Paralelamente, Sérgio Monteiro escusou-se a comentar a notícia de segunda-feira que dava conta que as autoridades do estado brasileiro de Pernambuco proibiram a TAP de vender bilhetes durante cinco dias devido a “constantes cancelamentos e atrasos de voos”, tendo a empresa portuguesa em reação dito apenas que a questão está a ser analisada. “É um assunto entre a companhia e um país, pelo que não comento”, afirmou hoje aos jornalistas o secretário de Estado.