Mário Soares esteve esta quarta-feira à noite na apresentação da candidatura de António Costa às eleições primárias do PS. O fundador do partido disse estar “orgulhoso” e “particularmente feliz” por saber que Costa “vai mudar as coisas e vai fazer do PS um grande partido, um PS de esquerda e não um PS feito com a direita só para ter lugares”.

O fundador do partido tem sido bastante crítico de António José Seguro e no discurso que fez na apresentação de Costa começou até por dizer que “há muito tempo que não via alguém com o punho erguido” e que só via “gente a tratar de si própria”. Uma indireta ao atual secretário-geral do partido que Soares tem criticado até em artigos de opinião por dizer que Seguro, nem por “camaradas” trata os socialistas. E no Tivoli repetiu a deixa.

Sem nunca referir o nome de António José Seguro, Soares laçou críticas, algumas delas até repetidas: “Depois destes anos há alguém que nunca falou do PS, nunca se referiu ao PS e que sempre disse ‘eu vou ser primeiro-ministro’. É qualquer coisa de estranho e para mim inadmissível”, rematou.

Mas se deixou as críticas a António José Seguro, também deixou o texto a Costa: Soares quer um PS encostado à esquerda. E foi essa a ideia deixada também por Ferro Rodrigues. O ex-secretario-geral do PS foi o primeiro a discursar e disse acreditar que com António Costa, os temas sociais passem a estar em cima da mesa. “Estou convicto que com António Costa como primeiro-ministro, os nossos temas sociais serão defendidos e se reconstituirá a aliança que os tornou possíveis – as traves de uma classe média que ao contrário do que estão a fazer possa fortalecer-se e não enfraquecer-se – os socialistas, sociais-democratas, cristãos e também os comunistas”. E António Costa fez-lhes a vontade. No discurso, prometeu um diálogo alargado para um Governo à esquerda.

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