Ficar à espera? Acabou-se. Preferir o contra-ataque? Ma perché? Ser paciente e deixar a outra equipa dominar a bola? Nem pensar. Se, após a vitória frente à Inglaterra (2-1), estas perguntas fossem para Cesare Prandelli, era provável que tivessem estas respostas. Passemos a explicar. A Itália terminou o jogo com 554 passes (o maior número, até agora, neste Mundial). Teve sempre mais posse de bola que os ingleses. E em Verratti, De Rossi e Pirlo teve três médios que nunca deixaram os ingleses começarem uma discussão sobre quem deveria ter a companhia da bola.

Nunca se vira uma Itália assim. Dominadora e viciada em ter a bola. Também nunca se tinha avistado uma Costa Rica tão ousada, guiada por um Joel Campbell endiabrado, a trocar as voltas a qualquer uruguaio que lhe aparecesse pela frente. Às 17h desta sexta-feira, é com estas seleções que arranca mais um dia de Copa do Mundo. Depois vêm os suíços, os que à rasca venceram o Equador (2-1), no último minuto, para defrontarem uns franceses que passearam frente às Honduras (3-0). Às 23h fecha-se atividade com o Honduras vs Equador, com a certeza de que a equipa derrotada ficará com uma tarefa tramada para continuar no Mundial.

Itália — Costa Rica, às 17h

Fintas, correrias e enxaquecas para os uruguaios. Joe Campbell foi um diabo à solta, como o da Tasmânia, o desenho animado, sempre a rodopiar e rodopiar, sem deixar que alguém o agarrasse. Um golo, uma assistência e vida negra para o Uruguai. Aqui está o balanço de Campbell na vitória (3-1) da Costa Rica contra os uruguaios. E agora, lá estão os homens do Pacífico em posição para, à segunda jornada, poderem garantir já o apuramento.

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As diabruras de Campbell, contudo, terão agora de funcionar contra a Itália. Perdão, a Tikitália. Demorou, mas parece que, agora sim, Cesare Prandelli arrancou com a operação plástica na seleção italiana. Contra a Inglaterra, na primeira jornada, não se viram italianos fechados a defender, a canalizarem a paciência para o contra-ataque ou armados em matreiros. Não. O que se viu foi uma Itália com cinco médios centro em campo, viciada em manter a bola e, através dela, dominar o jogo. Terminou com 554 passes feitos, o que representa 93,2% de eficácia — valor mais elevado de sempre desde 1966, segundo a Opta. No final, venceu a Inglaterra por 2-1.

É esta Itália que pretende garantir já o acesso aos oitavos de final. Em 1994, único exemplo de anteriores batalhas entre as duas seleções, os transalpinos venceram com um golo de Giuseppe Signori, num amigável realizado antes do Mundial dos EUA, no qual atingiriam a final.

Suíça — França, às 20h

Foi por um triz. Mas foi. No último minuto do encontro com o Equador, Josip Drmic fez o 2-1 e garantiu um bom arranque aos senhores da neutralidade. A Suíça venceu e, agora, vai defrontar a França e jogar pelo primeiro lugar do Grupo E. A seguir aos belgas, os suíços são a equipa que europeia (sem história de conquistas) da qual mais encanto se espera neste Mundial. Afinal, a geração que, em 2009, conquistou o Campeonato do Mundo sub-17 cresceu e apareceu.

Agora, nomes como Xaqhiri, Xakha, Seferovic ou Rodriguez são a base de uma seleção que terá um braço de ferro com a França pelo primeiro lugar no Grupo E. Um duelo, de resto, habitual. Os dois países já se defrontaram por 36 vezes e o saldo dá 15 vitórias aos franceses e 12 aos suíços, com nove empates no meio. Aqui, há equilíbrio. Coisa que não houve quando a França demoliu as Honduras (3-0), na primeira jornada.

Honduras — Equador, às 23h

Os patinhos feios do Grupo E. Quem perde, leva com a alcunha. Contra a França, as Honduras fizeram talvez a mais fraca exibição deste Mundial. Réplica foi coisa que não deram e os gauleses, sob o vento de Benzema, velejaram rapidamente (4-0) ao largo da baliza de Valladares, guardião hondurenho. Wilson Palacios, o gigante do meio campo, foi expulso e está fora das contas para a batalha frente ao Equador, nação que entrou no Mundial através do 4.º lugar obtido na qualificação sul-americana.

Os equatorianos venceram três das 13 batalhas que tiveram contra os hondurenhos. A seleção das Caraíbas ganhou dois e o empate (oito) é o resultado que mais se verificou. Portanto, o que terá acontecido em novembro de 2013, no último duelo? Esta é fácil: um 2-2, claro. Veremos se a lei das probabilidades se aplica no Mundial mas, se Honduras ou Equador ainda querem chegar à 3.ª jornada da fase de grupos com os ‘oitavos’ no horizonte, daqui terá de sair um vencedor.