Grupo B
Itália — Uruguai e Costa Rica — Inglaterra, às 17h
À sombra da bananeira. É assim que se encontra a Costa Rica depois de duas jornadas no Campeonato do Mundo. Quem adivinhava este fado? No início, três antigos campeões do mundo lutavam por duas vagas. Agora, um já está fora e os outros dois correm pelo apuramento no derradeiro jogo.
O Uruguai-Itália é uma autêntica final. A recuperação de Luis Suárez salvou a seleção de Óscar Tabárez depois da derrota contra a Costa Rica de Joel Campbell. O avançado do Liverpool, preso por arames mas com uma ambição de campeão, marcou dois à Inglaterra e promete ser um terror para a defesa italiana. Cesare Prandelli, selecionador italiano, decidiu alterar as coisas no duelo contra a Costa Rica e a coisa não correu muito bem. Verratti saiu e a bola desapareceu. Coincidência? Talvez… O treinador já avisou que é necessário fazer mais. Ou isso ou acabarão eliminados.
Duelos interessantes a seguir: Candreva, lateral direito italiano, contra Alvaro Pereira, o ex-jogador do FC Porto. Ambos têm qualidade e andamento para fazer mossa. Será muito interessante de observar. Outro confronto obrigatório de acompanhar é Cavani-Suárez contra Chiellini e Barzagli. Veremos se Prandelli arrisca jogar no dois contra dois ou se um lateral marca um dos avançados — é muito provável que isso aconteça, já que Pirlo não desempenha essa função, como víamos no futebol antigamente. Finalmente, e só porque promete fazer faísca, recomendamos também este: Cáceres vs. Balotelli.
Segundo a FIFA, as duas seleções já se defrontaram nove vezes: três vitórias para o Uruguai e duas para a Itália — quatro empates. Mas essa vantagem sul-americana esfuma-se quando falamos de duelos em Mundiais. A Itália venceu o Uruguai no Itália-90 com golos de Totò Schillaci e Aldo Serena (2-0). Vinte anos antes, empataram sem golos no Mundial do México, em 1970.
Com menos motivo de interesse é o outro jogo do grupo: Inglaterra-Costa Rica, um duelo inédito. O jogo até promete golos, pois ambas vão jogar descomplexadas, sem qualquer pressão. Um porque sacou um coelho da cartola e deixou meio mundo com o queixo caído, outro porque foi a desilusão do costume. Sturridge, Sterling e Welbeck prometem agitar a defesa rival, mas há também a possibilidade de Hodgson oferecer a estreia a jogadores como Luke Shaw, Ricky Lambert e Oxlade-Chamberlain, por exemplo. O capitão da Costa Rica, Bryan Ruiz, já tinha avisado antes da prova começar que seriam uma surpresa e que para a frente é que é caminho. Bom, agora almejam algo glorioso: vencer três antigos campeões do mundo.
Grupo C
Japão — Colômbia e Grécia — Costa do Marfim, às 21h
Poucas seleções se livram de, esta altura, terem que fazer contas. O Colômbia é uma delas. Os seis pontos amealhados (cinco golos marcados e apenas um sofrido) chegam-lhe para estar já sentada no comboio com destino aos oitavos. Só resta saber se viaja em primeira ou segunda classe. Certo é que um empate lhe basta para acabar na liderança do grupo. Agora, eis a questão: José Pekerman mantém os titulares ou faz experiências com quem ainda tem poucos minutos no Mundial?
Se optar pela segunda hipótese, tavez apareça um novo recorde no encontro frente ao Japão. Isto caso os 43 anos de Faryd Mondragón sejam os escolhidos para defender a baliza dos cafeteros — o guarda-redes tornar-se-ia assim o jogador mais velho de sempre a jogar um Mundial, superando a marca que, desde 1994, está com Roger Milla, antigo avançado dos Camarões. Do outro lado estarão os japoneses, a quem a fórmula manda ganhar e esperar que a Costa do Marfim não o faça para conseguirem chegar aos oitavos de final.
Na segunda jornada, a equipa nipónica, orientada pelo italiano Alberto Zaccheroni, não conseguiu marcar um golo (0-0) aos gregos — que, após a expulsão de Katsouranis, e a mando de Fernando Santos, se fecharam a defender e focaram-se na preocupação de segurar um empate que lhes daria ainda hipóteses de qualificação. Com Kagawa, Honda, Okazaki e Osako (avançado que tem dado nas vistas), o Japão tem jogadores velozes e com técnica para inventarem jogadas, mas tem teimado em fazê-lo apenas através do centro do relvado. É raro a bola explorar as alas quando está na companhia japonesa, e foi isso que faltou para desbloquear o nulo frente à Grécia — só o fazem quando Yuto Nagatomo, lateral do Inter de Milão, tem vontade de atacar. E isto, para os adversários, já é previsível.
Já os gregos, agora sim, têm de jogar para ganhar. Só uma vitória frente à Costa do Marfim lhes dá a possibilidade de chegarem aos oitavos de final. E terão que meter muitas bolas na baliza inimiga, para anularem a desvantagem na diferença de golos caso o Japão consiga vencer a Colômbia. Fernando Santos tem optado por deixar Mitroglou, melhor avançado grego, no banco de suplentes, imitando o que Sabri Lamouchi, seleccionador da equipa africana, tem feito com Didier Drogba. E a verdade é esta — os três golos que a Costa do Marfim já marcou no Mundial (dois frente ao Japão, um diante da Colômbia), só foram marcados após o avançado do Galatasaray entrar em campo.