As remunerações recebidas pelas famílias estão no nível mais baixo dos últimos sete anos, batendo mínimos desde o início de 2007, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que nota ainda uma redução do rendimento disponível e uma queda na taxa de poupança no início de 2014.

No primeiro trimestre deste ano, as remunerações recebidas pelas famílias atingiram 18.580 milhões de euros. Segundo o INE, este valor não estava tão baixo desde o primeiro trimestre de 2007, altura em que atingiu 18.494 milhões de euros. Este é o valor pior dos últimos 28 trimestres.

Em números anuais, este é também o pior resultado desde 2007. O INE diz que em 2013 (o último ano para o qual existe um valor inteiro) as remunerações recebidas pelos trabalhadores atingiram 50.660,9 milhões de euros. O mais recente resultado, que é pior que o de 2013, foi em 2007, quando as remunerações atingiram 50.339,6 milhões de euros, mas nesta altura vinha numa tendência de crescimento face aos anos anteriores.

O impacto nas remunerações fez-se sentir, juntamente com outros fatores, na capacidade de financiamento da economia.

Essa tendência foi crescendo até 2011, altura em que atingiu o seu mais alto valor de que há registo, mas desde aí tem vindo a cair. Em 2011, o total de remunerações foi de 53.585,8 milhões de euros, quase mais três mil milhões de euros que o verificado em 2013.

O impacto nas remunerações fez-se sentir, juntamente com outros fatores, na capacidade de financiamento da economia, isto porque a capacidade de financiamento das famílias diminui 1,2 pontos percentuais. Explica o INE que as famílias aumentaram as despesas com consumo em 0,5%, mas também perderam 0,3% do rendimento disponível, o que levou a uma diminuição da poupança em 5,8%.

A taxa de poupança das famílias acabou por cair para 11,9% no primeiro trimestre deste ano, de 12,6% em 2013.
A causa da redução do rendimento disponível das famílias, diz o INE, foi o aumento de impostos. Tanto impostos sobre rendimento como património subiram (um aumento de 2%). Já as remunerações desceram 0,1%.

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