O motor de busca na internet Google recebeu até agora mais de 70.000 pedidos de cidadãos europeus para eliminação de dados individuais nas pesquisas. Até agora, e desde finais de maio, a Google recebeu de Portugal 683 pedidos de eliminação de dados.

A 13 de maio passado o Tribunal de Justiça da União Europeia reconheceu o direito dos cidadãos a serem “esquecidos” na internet e a pedirem à Google e a outros motores de busca para retirarem as ligações a informações pessoais.

A decisão, tomada depois de uma queixa de um cidadão espanhol, aplica-se a informações “inadequadas, não pertinentes ou já não pertinentes ou excessivas em relação ao objetivo pelo qual foram processadas tendo em conta o tempo decorrido”.

Apesar de especialistas espanhóis terem alertado para outros efeitos da sentença do Tribunal, como criar uma rede “bonita e cor-de-rosa” adulterando o espírito da internet, a 30 de maio a empresa colocou online um formulário para que os cidadãos europeus pudessem pedir para serem “esquecidos”.

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Nesse mesmo dia a Google recebeu 12 mil pedidos de pessoas cujos dados queriam ver retirados das pesquisas na internet. De acordo com a empresa que faz a comunicação da Google em Portugal esses pedidos estabilizaram e são agora cerca de mil por dia.

Segundo os dados atualizados a hoje a França é o país com mais pedidos, 14.086, seguindo-se a Alemanha, o Reino Unido e a Espanha.

“A Google começou a eliminar ‘links’ durante a semana passada e está a trabalhar para dar uma resposta, o mais rapidamente possível, a todas as solicitações”, diz a empresa, que salienta a complexidade do processo.

É que, explica, por cada pedido é necessário eliminar uma média de 3,8 URLs (endereço, Uniform Resource Locator no original), pelo que é necessário eliminar mais de 260.000 endereços tendo em conta os 70.000 pedidos.

A mesma fonte lembra que a decisão do Tribunal se aplica a todos os motores de busca que operam na Europa e que pode levar a uma sobrecarga para pequenas empresas, e garante que a Google está “focada no cumprimento” da decisão da “forma mais considerada e responsável possível”.