Os juros da dívida portuguesa estavam esta sexta-feira a descer em todos os prazos, depois das fortes subidas na quinta-feira provocadas pela crise no Grupo Espírito Santo.

Cerca das 9h de esta sexta-feira, os juros a 10 anos estavam em 3,892%, depois de terem terminado a 3,985% na quinta-feira e de terem descido até aos 3,323% a 11 de junho, um mínimo desde outubro de 2005.

No prazo a cinco anos, os juros estavam a descer para 2,569%, acima dos 2,5% depois de terem terminado a 2,650% na quinta-feira e de terem descido até ao mínimo de sempre (2,102%) a 9 de junho.

No mesmo sentido, a dois anos, os juros da dívida estavam a descer para 1,047%, depois de terem fechado a 1,118% na quinta-feira, acima de 1% pela primeira vez desde 5 de junho, e de terem descido até 0,839% a 4 de julho, um mínimo de sempre.

Depois dos juros das dívidas soberanas da periferia da Europa terem subido fortemente, o Banco Espírito Santo (BES) garantiu, num comunicado emitido ao fim da noite de quinta-feira, que as potenciais perdas resultantes da exposição ao grupo homónimo (GES) “não põem em causa o cumprimento dos rácios de capital”.

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No texto, colocado no sítio da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BES explicitou que detinha 2,1 mil milhões de euros acima do rácio mínimo regulamentar. A informação é relativa a 31 de março de 2014.

A instituição comprometeu-se ainda “a não aumentar a exposição total ao Grupo Espírito Santo”.

O BES adiantou, na comunicação à CMVM, que está a aguardar “a publicação do plano de reestruturação do Grupo Espírito Santo, com vista a poder estimar potenciais perdas associadas à exposição ao Grupo Espírito Santo”.

A 17 de maio, Portugal abandonou oficialmente o resgate sem qualquer programa cautelar.

O programa de ajustamento solicitado à ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), no valor de 78 mil milhões de euros, esteve em vigor cerca de três anos.

Na reunião mensal de julho, o Conselho de Governadores do BCE deixou inalteradas as medidas de política monetária anunciadas em junho.

A 05 de junho, o BCE tinha cortado a taxa de juro diretora em 0,10 pontos percentuais para o novo mínimo histórico de 0,15% e anunciou a realização de duas injeções de liquidez de longo prazo (quatro anos), em setembro e dezembro deste ano, no valor de 400 mil milhões de euros, destinadas a serem emprestadas pela banca a empresas e famílias.

Os juros da dívida soberana da Irlanda estavam hoje a descer a dois anos e a subir a cinco e dez anos. Dublin terminou oficialmente, a 15 de dezembro passado, o programa de ajustamento solicitado em 2010 à ‘troika’, no valor de 85 mil milhões de euros.

Os juros de Itália e de Espanha estavam a descer em todos os prazos, bem como os da Grécia a 10 anos, o único prazo disponível daquele país.

Juros da dívida soberana em Portugal, Grécia, Irlanda, Itália e Espanha cerca das 9h:

2 anos… 5 anos… 10 anos

Portugal

11/07….. 1,047……2,569….3,892

10/07….. 1,118……2,650….3,985

Grécia

11/07….. n disp…n disp…..6,241

10/07….. n disp…n disp…..6,298

Irlanda

11/07……0,128……0,875….2,337

10/07……0,134……0,872….2,332

Itália

11/07……0,565……1,413……2,910

10/07……0,578……1,443….2,945

Espanha

11/07……0,458……1,392….2,793

10/07……0,470……1,415….2,825

Fonte: Bloomberg Valores de ‘bid’ (juros exigidos pelos investidores para comprarem dívida) que compara com fecho da última sessão.