O secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, afirmou esta sexta-feira que nenhuma praia do país afetada pelo mau tempo do último inverno ‘viu’ a sua época balnear prejudicada por falta de condições, estando concluídas “as obras essenciais”.

“Ao longo de toda a costa, não houve nenhuma praia que não tivesse iniciado a época balnear por falta de condições”, disse.

Segundo o secretário de Estado, foi realizado um trabalho conjunto de análise e de ponderação com as câmaras municipais que sofreram prejuízos pelos temporais deste ano, que atendeu “às necessidades de salvaguarda da época balnear”.

“Conseguiu-se um equilíbrio e, onde era necessário criar condições para a época balnear, foram criadas essas condições. Onde não era necessário, porque as obras iriam prejudicar a época balnear, estas foram adiadas”, para depois dos meses de verão, explicou.

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Paulo Lemos falava à agência Lusa à margem da deslocação que está hoje a efetuar a várias praias do concelho alentejano de Odemira e do município algarvio de Aljezur.

A visita tem como objetivo constatar no terreno as intervenções no âmbito do programa Polis Litoral Sudoeste e de recuperação dos estragos provocados pela tempestade “Hércules”, do último inverno.

O governante lembrou hoje que a costa do sudoeste alentejano e a costa vicentina foram “das menos afetadas” pelo temporal, que provocou prejuízos maiores no centro e norte do país.

Para reparação dos estragos, as autarquias puderam candidatar-se a financiamento a 100% e “as obras que eram essenciais para o início da época balnear foram feitas, pelos municípios ou pelas sociedades Polis ou pela Agência Portuguesa do Ambiente”, sublinhou Paulo Lemos.

“Nenhuma praia perdeu a Bandeira Azul por causa das consequências dos temporais”, frisou ainda o secretário de Estado do Ambiente.

Nesta visita ao litoral alentejano e algarvio, o governante alertou ainda para a importância de, até final do próximo ano, Portugal aproveitar os fundos comunitários de que ainda dispõe para intervenções na costa.

“Até dezembro de 2015, temos um investimento de cerca de 300 milhões de euros que temos que fazer, sob pena de perdermos os fundos comunitários”, avisou.

Por isso, Paulo Lemos quis “constatar o que já está feito”, mas também “incentivar a que as obras que ainda estão por fazer, ou em concurso e a aguardar lançamento, avancem o mais rapidamente possível”.

“Há sempre imponderáveis que poderão por em causa alguns dos projetos, mas estou otimista de que vamos conseguir cumprir os nossos objetivos”, sem devolução de verbas a Bruxelas, vincou.

O temporal “Hércules”, ocorrido a 06 de janeiro, provocou estragos no litoral de Odemira, com prejuízos em equipamentos públicos que ascenderam a mais de meio milhão de euros, enquanto os dos privados rondaram os 150 mil euros, segundo a câmara municipal.