O líder do PS, António José Seguro, responsabilizou esta sexta-feira o seu rival nas primárias pela descida do partido nas sondagens, lembrando que “até à crise criada por António Costa, o PS esteve sempre a subir”.

“Nas sondagens que me dizem diretamente respeito, fico satisfeito em termos pessoais, mas não posso deixar de lamentar a descida do PS. Até esta crise que aconteceu no Partido Socialista por iniciativa do António Costa, o PS esteve sempre a subir nas sondagens e é muito fácil verificar de quem é a responsabilidade”, declarou hoje à noite aos jornalistas, em Aveiro.

Seguro falava no final de um encontro de militantes que o apoiam na disputa pela liderança do partido nas primárias de 28 de setembro, que considerou inoportuna, porque o PS devia estar mobilizado em se afirmar como alternativa ao Governo PSD/CDS-PP.

“O PS tem propostas e temo-las apresentado, designadamente quando a 17 de maio apresentámos o nosso contrato de confiança, mas, infelizmente, não é disso que se fala, mas desta crise interna”, afirmou António José Seguro.

“O PS não tinha de passar por esta situação e devíamos estar neste momento com todas as nossas energias concentradas no essencial, que é a oposição a este Governo e a afirmação da nossa alternativa”, criticou. Segundo António José Seguro, “os portugueses esperam do PS respostas para os seus problemas, de desemprego, de emigração, de pouco rendimento e de pobreza” e o partido tem propostas sobre as quais devia estar centrada a atenção da opinião pública.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O PS tem propostas e temo-las apresentado, designadamente quando a 17 de maio apresentámos o nosso contrato de confiança, mas, infelizmente, não é disso que se fala, mas desta crise interna. Julgo que o partido Socialista não merecia passar por esta situação”, vincou.

Questionado pelos jornalistas sobre a situação no Banco espírito Santo (BES), António José Seguro respondeu que a sua preocupação é evitar “que existam mais surpresas como aconteceu com o BPN e com o BPP”, tendo sido essa a razão que o levou a pedir esta semana uma reunião ao governador do Banco de Portugal.

O líder do PS ressalvou que “uma coisa é o BES e outra é o Grupo Espírito Santo” e que, “por muitos que sejam os problemas que possam existir, não são os contribuintes que vão ser chamados a resolver”.

“Segundo os esclarecimentos que me prestou, saí com muito menos preocupações do que quando entrei. É preciso garantir que essas situações não se repitam e o Banco de Portugal já veio dizer publicamente não haver razão para essas preocupações”, declarou.

O líder do PS ressalvou que “uma coisa é o BES e outra é o Grupo Espírito Santo” e que, “por muitos que sejam os problemas que possam existir, não são os contribuintes que vão ser chamados a resolver, designadamente quando se trata de investimento do foro privado”.

“O importante é que haja transparência em todo o processo e que tenhamos um sistema bancário sólido e robusto e não haja contaminações de qualquer espécie. Tem de haver também uma clareza e separação entre o que é a vida política e a atividade dos negócios”, concluiu.