As ações do Banco Espírito Santo (BES) voltaram a negociar nesta sexta-feira em terreno negativo, depois de o maior acionista do banco ter apresentado um pedido de gestão controlada às autoridades do Luxemburgo, arrastando a Bolsa de Lisboa para o vermelho. Pelas 14h00 de Lisboa, o BES perdia 8,01% para 44,8 cêntimos, na primeira sessão após a Espírito Santo Financial Group (ESFG) ter pedido gestão controlada aos tribunais do Luxemburgo por “não estar em condições de cumprir as suas obrigações” relacionadas com dívidas.
Também o BCP e o BPI foram penalizados pela queda do BES, desvalorizando 2,05% e 1,96%, respetivamente. À mesma hora, o PSI 20 perdia 0,03% para 6.466 pontos, invertendo também a tendência do início da sessão, depois de o principal índice da praça lisboeta ter começado a negociar em alta, a subir 0,90%, sustentado pelo BCP, BPI e Impresa.
Na quinta-feira, o ex-presidente do BES, interrogado pelo juiz Carlos Alexandre no decurso do processo Monte Branco, manifestou a sua “total disponibilidade para colaborar com a justiça no apuramento da verdade”, sublinhando que “já o tinha feito” há dois anos.
“Ricardo Salgado reitera a sua total disponibilidade para colaborar com a justiça no apuramento da verdade, como já o fez, no âmbito do processo, há cerca de dois anos. Ricardo Salgado acredita que a verdade e a justiça acabarão por prevalecer”, refere o ex-presidente do BES num comunicado enviado à agência Lusa.
Após ser detido no âmbito da “Operação Monte Branco”, que investiga a maior rede de branqueamento de capitais em Portugal, e inquirido pelo juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) na qualidade de arguido, Ricardo Salgado ficou em liberdade mediante uma caução de três milhões de euros.
Num comunicado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou terem sido aplicadas ao arguido as medidas de “sujeição a caução, no montante de três milhões de euros, proibição de ausência do território nacional e proibição de contactos com determinadas pessoas”. Segundo a PGR, está em causa a “eventual prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais”.