Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) decidiram esta quinta-feira adjudicar à Douro Azul a venda do Atlântida, face ao incumprimento do armador grego que venceu o concurso para a venda do navio, disse à Lusa fonte da empresa.
De acordo com a mesma fonte, a decisão foi tomada esta quinta-feira em reunião da administração dos ENVC, que nos próximos dias a vai comunicar aos três concorrentes no concurso público internacional para a venda do navio que o Governo dos Açores encomendou aos ENVC e depois rejeitou.
A partir da notificação, as três empresas terão dez dias para se pronunciar. Findo esse prazo, a Mystic Cruises, do grupo Douro Azul (cruzeiros turísticos), que apresentou uma proposta de 8,7 milhões de euros para a compra do navio, “será oficialmente informada de que é a preferencial”.
“A Douro Azul tem então 15 dias para proceder ao pagamento do valor que apresentou ao concurso”, adiantou a mesma fonte, que apontou o início de setembro para a conclusão de todo o processo.
A Thesarco Shipping não pagou na quarta-feira os quase 13 milhões de euros que tinha proposto para a compra do Atlântida depois de terminado o segundo prazo atribuído ao armador grego para pagar o Atlântida, sem que o tenha feito.
O programa do procedimento lançado em março passado pela administração dos ENVC para a venda do navio, que o armador grego venceu, prevê a possibilidade de adjudicação ao segundo classificado, a Mystic Cruises, do grupo Douro Azul (cruzeiros turísticos) por um valor que ronda 8,750 milhões de euros.
Além do armador grego e do grupo português, concorreu ainda ao concurso público o consórcio MD Roelofs Beheer BV e Chevalier Floatels BV (empresas holandesas representadas por um grupo espanhol) que apresentou a proposta mais baixa de todas que ronda os quatro milhões de euros.
O navio foi construído nos ENVC, por encomenda do Governo dos Açores, que depois o rejeitaria em 2009 devido a um nó de diferença na velocidade máxima contratada.
Concluído desde maio desse ano, o “Atlântida” está avaliado em 29 milhões de euros no relatório e contas dos ENVC de 2012, quando deveria ter rendido quase 50 milhões de euros.
Os ENVC estão em processo de liquidação, tendo os terrenos e infraestruturas sido subconcessionadas ao grupo privado Martifer, que criou para o efeito a West Sea. A nova empresa tomou posse em maio e já contratou mais de 60 ex-funcionários da empresa pública.