A Fenprof acusou esta terça-feira o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de abrir vagas para professores darem aulas nos seus centros, recusando-se a informar os potenciais candidatos sobre as condições de trabalho.

A posição da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) surge no seguimento da divulgação da lista de docentes colocados no concurso aberto pelo IEFP que revela que das 750 vagas abertas para dar aulas nos centros foram preenchidos apenas 192 lugares.

Para a Fenprof existem várias razões para as vagas não terem sido ocupadas, tais como destinarem-se apenas a docentes dos quadros: “Se a intenção do Governo é o preenchimento das vagas no IEFP então que abra o concurso aos professores desempregados e, decerto, não terá dificuldade em preenchê-las”, defende em comunicado.

Além disso, sublinha, eram procurados essencialmente docentes de grupos de recrutamento que não têm muitas dificuldades em conseguir horários – Português, Matemática e Inglês – e não de Educação Visual, Educação Tecnológica e 1.º Ciclo do Ensino Básico, onde existe um elevado número com horário-zero.

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A Fenprof diz ainda que o IEFP se “recusou informar os potenciais candidatos sobre as condições de trabalho, designadamente horários a que estes se sujeitariam”.

A federação de professores considera por isso “absolutamente normal” que os docentes que “asseguram o exercício de necessidades permanentes das escolas não se disponibilizem para, de acordo com o próprio IEFP, serem requisitados em regime de mobilidade para assegurarem “o exercício transitório de tarefas em qualquer serviço a administração central, regional ou local””.

A Fenprof lembra ainda que quando os professores terminassem as suas tarefas nos centros do IEFP “estariam obrigados a regressar às escolas a cujo quadro pertencem e, então sim, poderiam ficar em situação de horário-zero”, correndo o risco de serem remetidos para a mobilidade especial.

A Lusa contactou o gabinete de imprensa do IEFP, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.

No comunicado, a Fenprof alerta ainda para o facto de ainda não se conhecerem os horários dos docentes, não se sabendo quantos e quais os professores que vão ficar em situação de “horário-zero”.

A Fenprof lembra que os professores que fiquem sem horário terão de concorrer a DACL (destacamento por ausência de componente letiva), um “concurso que, no ano transato, terminou em 6 de agosto”.

Outra das preocupações do sindicato prende-se com o desconhecimento do resultado do concurso para vinculação extraordinária de professores.