O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, confessou ter ficado “altamente preocupado” com a intenção manifestada pela Rússia de voltar a enviar ajuda humanitária ao país vizinho.

Após conversar telefonicamente esta segunda-feira com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, o chefe de Estado ucraniano exprimiu ainda “viva preocupação face à violação da fronteira ucraniana por veículos blindados russos”.

Segundo Kiev, uma coluna de blindados russos terá cruzado a fronteira rumo à cidade costeira de Mariupol, onde terá entrado em confronto com as forças ucranianas, informação negada pelos separatistas do leste da Ucrânia.

A Rússia anunciou esta segunda-feira que pretende enviar uma segunda coluna com ajuda humanitária para o leste da Ucrânia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse que informou o seu homólogo ucraniano sobre essa intenção, de forma a “concertar todas as condições” sobre a entrega da ajuda humanitária, incluindo a participação de agentes e guardas fronteiriços ucranianos.

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“Estamos convencidos de que é preciso fazê-lo durante esta semana”, frisou, argumentando que a situação humanitária provocada pelo conflito no leste da Ucrânia o exige.

Lavrov sublinhou ainda que Moscovo não tolerará, “desta vez”, quaisquer “adiamentos artificiais”, como os que aconteceram durante o envio do primeiro comboio com ajuda humanitária.

Na semana passada, uma coluna de 262 camiões transportaram ajuda humanitária russa para território ucraniano, controlado pelos separatistas pró-Moscovo, no que foi considerada uma violação do direito internacional.

O presidente russo, Vladimir Putin, explicou, na altura, que o incumprimento das formalidades ficou a dever-se aos obstáculos que Kiev colocou ao envio do auxílio humanitário.

Moscovo tem acusado Kiev de “crimes de guerra” no conflito que decorre há três meses nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, e que já provocou a morte de mais de 2.200 pessoas.

Putin e Poroshenko vão reunir-se na terça-feira, em Minsk (Bielorrússia), pela primeira vez desde o início do conflito, sob os auspícios da União Europeia.