Harold Hamm vai divorciar-se. Uma notícia que seria quase irrelevante, não fossem os valores envolvidos na disputa: a mulher de Harold, Sue Ann, reclama parte da fortuna do marido, avaliada em 17 mil milhões de dólares. A concretizar-se a divisão de bens, será o divórcio mais caro de sempre. Para Harold, claro.

Harold Hamm é um magnata do petróleo norte-americano, o 13º filho de uma família de agricultores, que conseguiu criar um império energético – a Continental Resources – e tornar-se num dos 50 homens mais ricos do mundo… mas como? Essa é a questão que está no centro da discussão em torno do divórcio. É que se Hamm ganhou a sua fortuna através do trabalho – como a sua mulher reclama -, Harold terá de dividir os bens com Sue Ann. Se, como Harold alega, se tornou rico através de um golpe de sorte, não terá de gastar um cêntimo.

A Continental Resources foi fundada por Hamm em 1967 e só nos anos 1980 é que Sue Ann entrou na sua vida, pelo que a primeira decisão judicial, de fevereiro, declarava que a fortuna obtida através da empresa era propriedade pessoal de Harold. Mas os advogados de Sue, depois de analisarem cuidadosamente as contas, chegaram à conclusão que, nos últimos anos, a Continental viu o seu valor quintuplicar, e essa é a principal estratégia da (ainda) mulher de Hamm. Por seu turno, Harold apresentou em tribunal documentos com mais de um milhão de páginas onde tenta provar que tudo o que alcançou na vida não passou de um caso de boa fortuna.

Juridicamente, a diferença entre o trabalho de Harold ou o bafejo da sorte traduz-se na diferença entre serem bens “ativos” ou “passivos”, o que é uma disputa frequente nos casos de divórcio, mas não com tamanha dimensão. Se Sue Ann ganhar – e os mercados energéticos estão a apostar nisso – a sua ‘modesta’ fortuna de 3 mil milhões de dólares poderá fazê-la saltar para a lista das 20 mulheres mais ricas dos Estados Unidos. Harold Hamm e Sue Ann estiveram casados durante 25 anos e anunciaram a sua separação definitiva no final do ano passado – apesar de já não morarem juntos há alguns anos.

Para este se tornar, de facto, o divórcio mais caro de sempre, Sue Ann terá de ultrapassar o de Dmitry Rybolovlev, que foi avaliado em 4,8 mil milhões de dólares.

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