A Orquestra do Norte vai desenvolver o projeto “Fábrica da Música” com escolas a partir de setembro, através do qual pretende dar a conhecer aos alunos o que é uma orquestra sinfónica, disse esta quinta-feira o diretor artístico.

De acordo com o diretor artístico, José Ferreira Lobo, desde a fundação da Orquestra do Norte, em 1992, que esta vem “desenvolvendo uma atividade no sentido de dar aos alunos a possibilidade de conhecerem uma orquestra sinfónica, a sua composição, o seu ‘modus operandi’, e terem acesso às obras fundamentais da história”.

O projeto prevê a possibilidade de os alunos de uma escola se deslocarem até a um auditório para interagirem com a orquestra, mas também a possibilidade de o próprio conjunto visitar o estabelecimento de ensino, querendo a Orquestra do Norte “ir um pouco mais longe” do que tem feito ao longo dos anos e “centrar a atividade da orquestra neste vetor articulado com o ensino”.

José Ferreira Lobo salientou ainda que o trabalho da Orquestra do Norte tem por objetivo a formação de públicos e declarou que é entendimento da instituição que “todos os alunos devem ter um acesso transversal à cultura musical”.

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“A Fábrica da Música é o título genérico de uma série de programas que têm como principal objetivo a descoberta e a compreensão do fenómeno orquestra. Através dos títulos selecionados os alunos terão oportunidade de conhecer uma orquestra sinfónica por dentro, fazendo parte dela, se necessário, percorrendo os seus vários elementos, descobrindo a duplicidade da sua natureza simples e complexa”, refere o documento explicativo do projeto que abrange alunos do primeiro ciclo de ensino até ao secundário.

Assim, o projeto propõe modelos como, por exemplo, a “Anatomia da Orquestra”, que pretende “dar a conhecer os instrumentos que integram uma orquestra”, sendo “constituída por comentários esclarecedores sobre os aspetos técnicos e conceituais envolvidos na performance, com uma linguagem simples e direta”.

Também a música usada no cinema e na dança vai integrar o projeto, bem como uma articulação entre a Matemática, a Física e a Música, neste caso a partir dos 15 anos.

“Quantas vezes ouvimos os jovens dizer que o que estudam não ‘serve para nada’? Queremos contradizer essa realidade e fazer entender aos estudantes que a ciência tem infinitas aplicações em campos que podem, até, envolver a mais pura das artes. É também um projeto multidisciplinar que mostra aspetos técnicos que geralmente estão na sombra do ato de criação artística”, pode ler-se no documento.