Por aqui, também não será fácil. O Estoril que o diga. Ao segundo ano consecutivo que se junta à festa da fase de grupos da Liga Europa, o clube vai conviver com caras bem habituadas a estas conversas: os holandeses do PSV, os gregos do Panathinaikos e os endinheirados russos do Dínamo de Moscovo. Já a rifa do Rio Ave ditou-lhe um grupo com Steaua de Bucareste, Dínamo de Minsk — que eliminou o Nacional da Madeira — e Aalborg.

A sorte destinada a portugueses parece ter sido espremida na noite de quinta-feira, quando o Rio Ave, aos 92 minutos, marcou o golo que garantiu a passagem à fase de grupos da prova, frente ao Elfsborg. Vila do Conde ardeu em festa. E o sorteio respondeu com água fria: e despejou-a, sobretudo, por cima do Estoril-Praia. Vamos por partes.

Primeiro, o clube amarelo defrontará o PSV de Eindhoven. Os holandeses, que até estão mais acostumados a passear pela Champions do que pela Liga Europa, lideram para já o campeonato do seu país, com três vitórias em outros tantos jogos. Golos, marcam muitos — vão com 12 na liga, cinco deles vindos de Memphis Depay (leva oito esta época), jovem holandês que Louis Van Gaal utilizou bastante durante o último Mundial. Por lá ainda correm Stjin Schaars e Santigo Arías, ex-jogadores do Sporting.

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E depois há Georginio Wijnaldum, Luuk de Jong, Adam Maher e Luciano Narsingh, todos jovens internacionais perseguidos por expetativas para o futuro. Diferente do que acontece com o Panathinaikos. Os verdes de Atenas, apertados pelo cinto da crise financeira, não têm grandes nomes — mas ostentam 20 campeonatos e 18 taças da Grécia. Hoje o capitão até é Zeca, português que apareceu no Vitória de Setúbal, em 2010, vindo do Casa Pia, antes de se exilar em Atenas.

A companhia que falta é a do Dínamo de Moscovo, clube da capital russa que tem no plantel vários craques. Igor Denisov, capitão da seleção do país, é um deles, além de Iuri Zhirkov e Aleksander Kokorin, internacionais russos, Mathieu Valbuena, francês vindo do Marselha, titular da equipa gaulesa no último Mundial, e Kevin Kuranyi, avançado alemão.

O estreante terá que viajar muito

Agora, o Rio Ave. Após a festa que os homens de Vila do Conde fizeram aos 92′ do embate com o Elsborg, graças ao tardio golo de Esmael, o clube ficou a saber que a Europa o obrigará a passar muito tempo entre aviões.

O sorteio ditou que os vila-condenses terão que ir a Bucareste, Minsk (ambos a mais de 3700 quilómetros de distância) e Aalborg (2900 km). Ou seja, tudo fica longe. Na Roménia estará o Steaua à espera, equipa sem estrelas, mas que venceu o campeonato do país nas duas últimas épocas. Da Bielorrússia virá o Dínamo, equipa que eliminou o Nacional da Madeira no play-off e que pintou o plantel, sobretudo, com jogadores do país.

Por último há o Aalborg, equipa dinamarquesa que, deste modo, faz com que o Rio Ave defronte a terceira equipa nórdica esta temporada — os vila-condenses, recorde-se, derrotaram os suecos do IFK Gotemburgo e do Elfsborg nas duas eliminatórias que tiveram de suplantar para chegarem à fase de grupos.