As entrevistas não passam de formalidades e aparentemente Jean-Claude Juncker já tem a sua equipa quase fechada e as pastas todas atribuídas. Um diagrama a que o Financial Times teve acesso mostra que na nova Comissão Europeia vai haver seis super-comissários que vão coordenar grandes áreas de ação, entre os quais dois serão mulheres. Documento diz que Carlos Moedas será o novo comissário do Emprego e dos Assuntos Sociais, mas o Observador apurou que tal não deverá acontecer.

O jornal diz ter recebido o diagrama no domingo, ilustrando o ponto da situação das negociações que Juncker está a levar a cabo com os vários líderes europeus. O Financial Times diz não ter razões para duvidar da autenticidade do documento, embora apresente algumas incongruências. Tal como já tinha sido avançado, o super-comissário responsável por coordenar todas as pastas ligadas à Economia deverá vir a ser Jyrki Katainen, ex-primeiro-ministro finlandês.

Mas alguns erros como a indicação de Guenther Oettinger, atual comissário alemão da Energia, para a pasta dos Assuntos Económicos põem em dúvida esta possível organização. O alemão já veio dizer publicamente que gostaria de ficar com o Comércio, mas nunca se pronunciou sobre uma pasta exclusivamente económica. É sabido que a sua continuação na Energia também seria bem recebida por Merkel.

França neste diagrama ficaria com a Concorrência, mas já é quase certo, mesmo com a oposição de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, que o ex-ministro das Finanças, Pierre Moscovici fique com a pasta dos Assuntos Económicos. Já o comissário nomeado por David Cameron, Lord Hill, é apontado neste documento como uma possível escolha para a Energia.

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Quanto a Moedas, o Observador sabe que a distribuição do diagrama não corresponde ao possível lugar que virá a ocupar na Comissão.

O que fica para as mulheres?

Depois de tantas dores de cabeça por causa da falta de mulheres, Juncker poderá vir a pôr duas comissárias em lugar de destaque. Como já é conhecido, a italiana Federica Mogherini vai supervisionar as relações externas da UE, enquanto Alenka Bratušek, ex-primeira-ministra eslovena, vai ficar responsável pela Agenda Digital e Inovação. Cecilia Malmstrom, nomeada pela Suécia, pode ficar com a pasta de Justiça e a ministra do desenvolvimento da República Checa, Vera Jourov, pode vir a supervisionar os Transportes.

Há ainda algumas dúvidas neste esquema, com a possibilidade da Dinamarca, que entretanto nomeou a sua ministra da Economia, Margrethe Vestager, ficar com os Impostos e Combate à Fraude, com a Roménia ficar com a Ajuda Humanitária, com Johannes Hahn, indicado pela Áustria, ficar com a Política de Vizinhança e com a Bélgica – que ainda não decidiu quem será o seu comissário – a ficar com o multilinguismo.

À frente do Comércio, uma das pastas mais apetecíveis devido à conclusão do Acordo de Parceria de Comércio Livre com os EUA fica Tibor Navracsics, nomeado pela Hungria, e na pasta da Imigração, que preocupa grande parte dos Estados-membros, o grego Dimitris Avramopoulos.