Um juiz afegão condenou hoje sete homens à pena de morte num caso de violação conjunta de quatro mulheres que provocou indignação em todo o país, protestos à porta do tribunal e transmissões em direto para a televisão.

Os sete homens, que estavam no banco dos réus vestidos com as tradicionais roupas castanhas, foram considerados culpados de rapto e violação dos membros femininos de um grupo que chegava a Cabul vindo de um casamento.

Num julgamento que durou poucas horas, as sentenças de morte foram tecnicamente proferidas pelo crime de assalto à mão armada.

O Presidente Hamid Karzai já tinha defendido que os homens deviam ser enforcados.

Segundo o que ficou provado em tribunal, os homens vestiam uniformes da polícia e estavam armados quando mandaram parar alguns carros na manhã de 23 de agosto.

Arrastaram as quatro mulheres para fora dos carros, roubaram-nas, bateram-lhes e violaram-nas. Uma das vítimas estava grávida.

“Fomos a Paghman com as nossas famílias. No regresso, eles levaram-nos. Um deles encostou uma arma à minha cabeça, outro tirou todas as nossas joias e os restantes começaram aquilo que já sabem”, disse uma das vítimas, vestida com uma burka, ao tribunal.

Enquanto os manifestantes à porta do tribunal exigiam a pena de morte, ouviram-se aplausos dentro da sala depois de o chefe da polícia de Cabul, Zahir Zahir, também defender que os homens deviam ser enforcados.

Depois de proferir a sentença, o juiz disse que os sete homens têm o direito de recorrer.

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