O incontestável triunfo de Cilic em apenas três “sets”, por 6-3, 6-4 e 6-4, aconteceu algumas horas depois de Nishikori surpreender o sérvio Novak Djokovic, número um mundial, com 6-4, 1-6, 7-6 (7-4) e 6-3, começando a definir uma final que será a primeira desde 2004 sem a presença de Federer, Djokovic ou Rafael Nadal.

Cilic, 14.º cabeça de série, atingiu pela primeira vez a final de um torneio do Grand Slam, um ano depois de falhar a presença em Nova Iorque devido a uma suspensão por doping, e negou ao suíço um sexto título no US Open, depois dos cinco triunfos seguidos entre 2004 e 2008.

Federer, segundo cabeça de série, poderia tornar-se, aos 33 anos, o mais velho vencedor de um “major” nas últimas quatro décadas, mas acabou subjugado pelo 16.º jogador do “ranking” ATP, de 25 anos, cuja única presença anterior numa meia-final de Grand Slam aconteceu em 2010, no Open da Austrália.

Os números desta meia-final são simples e esclarecedores. Cilic precisou de apenas uma hora e 45 minutos para ganhar o encontro, fez um “break” em cada um dos primeiros “sets”, enfrentou um pouco mais de luta do suíço no terceiro, mas nunca esteve em apuros.

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O croata fez 43 “winners” contra 28 de Federer, que nunca conseguiu lidar com o poderoso primeiro serviço do adversário.

“Ser capaz de jogar desta forma, nem em sonhos. Penso que hoje foi o melhor desempenho da minha carreira”, afirmou Cilic, de 25 anos, primeiro croata a chegar a uma final de um Grand Slam desde que o seu orgulhoso treinador, Goran Ivanisevic, ganhou Wimbledon em 2001.

Federer recuperou de uma desvantagem de dois “sets” e salvou dois “match-points” nos quartos de final, frente ao francês Gael Monfils, mas festa vez não teve escapatória.

O helvético ainda quebrou o serviço de Cilic para 2-0 na terceira partida, animando as bancadas do estádio Arthur Ashe, mas o croata respondeu de imediato e fez mais um “break” no sétimo jogo, ampliando depois a diferença para 5-3 com três serviços sem devolução.

Federer respondeu com um jogo em branco, mas Cilic não se intimidou e, com três ases, ofereceu a si próprio um triplo “match-point”. Uma esquerda certeira consumou o triunfo e assegurou-lhe um lugar na final de segunda-feira frente a Nishikori, 11.º do “ranking” mundial e primeiro asiático a atingir a final masculina de um torneio do Grand Slam.

A última final de um “major” sem Federer, Nadal ou Djokovic foi o Open da Austrália de 2005, em que o russo Marat Safin bateu o australiano Lleyton Hewitt.