Os dois candidatos à liderança do PS mostraram-se preocupados com a instabilidade no sistema financeiro, na sequência da renúncia de Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato da administração do Novo Banco.

“Isto é mau demais”, disse António José Seguro aos jornalistas, em Seia. ” Não podemos estar constantemente a ser surpreendidos com situações que são da máxima importância e responsabilidade”, reforçando a necessidade de haver estabilidade no sistema financeiro e em todos os bancos. “Não se pode brincar com o dinheiro dos depositantes, dos pequenos acionistas e com dinheiros públicos”, afirmou.

O atual líder do PS exigiu ainda mais explicações. “Exijo que o Governo e o Banco de Portugal venham rapidamente, isso significa hoje, no máximo amanhã, esclarecer toda a situação”.

Também António Costa disse que a demissão inesperada de Vítor Bento e restante administração “é mais um sinal da instabilidade que existe”, e mostrou-se “sobretudo preocupado com o impacto que tenha na economia real”.

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“Só o Banco de Portugal tem boas condições para informar e dar garantias do que está a acontecer”, disse António Costa, ao contrário de Seguro, que exigiu explicações também do Governo.

“O BES é um banco com profunda ligação à economia real. E tudo o que venha perturbar a estabilidade do sistema financeiro cria graves fatores de incerteza. Infelizmente o país tem um excesso de fatores de incerteza e precisamos fazer um grande esforço para reforçar a confiança nas instituições, mas também a confiança na nossa economia”, concluiu.

Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato, a equipa que dirige o Novo Banco, anunciou ao meio-dia deste sábado ter renunciado esta semana aos cargos que exerce no Novo Banco, pedindo a cargos Costa que passe “o testemunho”.