O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, disse esta quarta-feira que a região quer voltar a ter a autoestrada A23 sem portagens, ou, pelo menos, com preços mais reduzidos.

“Desejamos voltar à A23 sem portagens. Mas, se esse objetivo não for alcançado, pelo menos há uma exigência da qual não podemos abdicar: não podemos continuar a ter as portagens por quilómetro mais caras do país”, afirmou o autarca.

Luís Correia, que falava durante a sessão de abertura do seminário “Scutvias – 15 anos”, que decorre hoje em Castelo Branco, entende que o interior precisa desta mudança, “para bem de todo o país”.

Por isso, diz ser “urgente rever a decisão de cobrança de portagens nas antigas scut [vias sem custos para os utilizadores]”, nomeadamente nas que servem o interior.

O autarca afirmou que está consciente das dificuldades económicas e financeiras que o país atravessou e que ainda vive e acrescentou que não pede impossíveis nem quer fazer política “fácil e populista” com uma questão “tão séria” como esta.

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Contudo, sublinhou: “Não podemos deixar de alertar para o retrocesso que a cobrança de portagens na A23 representa para o desenvolvimento da região e para a consequente sobrecarga de encargos para as famílias e as empresas”.

Disse ainda entender que as boas condições de acesso, a rapidez e diminuição de distâncias que poderiam ser garantidas pela existência da autoestrada “acabam por não se fazer sentir”.

“O que podiam ser vantagens competitivas, sempre importantes mas decisivas nas épocas de maior recessão e crise, acabam por se transformar em mais encargos no orçamento dos habitantes e das empresas instaladas em todas as zonas servidas pela A23”, adiantou.

O autarca disse que cabe ao Governo, em conjunto com as concessionárias, no caso específico com a Scutvias, “estabelecer o diálogo e encontrar soluções mais equilibradas para as partes e, sobretudo, mais justas para as populações”.

Inaugurada em julho de 2003 pelo então primeiro-ministro Durão Barroso, a construção da A23 implicou um investimento de 600 milhões de euros.

Segundo Luís Correia, “prometia resgatar do isolamento uma larga e empobrecia região do interior”.

“Passados uns anos sobre a sua inauguração, a A23 é um desejo concretizado mas, simultaneamente, adiado”, afirmou.

Com uma extensão de 178 quilómetros, a autoestrada A23 assegura a ligação da Guarda a Abrantes, continuando até Torres Novas.

É, segundo o autarca, a quarta maior autoestrada do país e é considerada como estruturante pela rede Rodoviária Portuguesa, uma vez que em conjunto com a A25 e a A1 assegura a ligação transversal mais rápida do país, entre Vilar Formoso e Lisboa.