O presidente da região autónoma dos Açores liderou na tarde de terça-feira parte da reunião do Comité das Regiões – que congrega quatro ou cinco vezes por ano em Bruxelas os líderes locais das regiões dos Estados-membros -, conseguindo fazer aprovar uma opinião sobre a Estratégia Europeia para o Turismo Costeiro e Marítimo. Vasco Cordeiro espera que esta estratégia entre em vigor o mais rápido possível devido aos benefícios que vai trazer a todas as zonas costeiras dos 28 Estados-membros.
Nesta reunião do Comité das Regiões, que decorre entre segunda e quarta-feira, este foi um dos momentos importantes para Portugal já que a opinião deste órgão – uma instituição consultiva no processo legislativo europeu – pode vir a afetar um setor que rende anualmente mais de 184 mil milhões de euros e emprega 3,2 milhões de pessoas segundo a Comissão Europeia releva na sua proposta. “Tanto a proposta da Comissão como a opinião do Comité são duas peças importantes que concretizam a atenção específica comunitária à importância deste turismo no crescimento das zonas costeiras europeias”, disse Vasco Cordeiro à saída da reunião do Comité das Regiões.
Esta proposta visa regular e promover o turismo costeiro e marítimo dos 28. Um tema que afeta 40% da população europeia que vive nestas zonas e mais de 60% que passa anualmente férias nestas regiões. Mas mesmo com esta estratégia, o presidente da região autónoma dos Açores quis afinar alguns pontos. “Deve dar-se importância ao papel que os poderes regionais têm na abordagem desta política – o caso específico das ilhas que têm questões de acessibilidade e sazonabilidade. Também houve destaque para a importância de uma maior promoção deste turismo com a proposta de criação de um gabinete à escala europeia de agências de turismo de zonas costeiras, tendo em conta a utilização do próximo quadro financeiro”, disse.
A opinião produzida por Vasco Cordeiro recebeu algumas alterações nesta reunião, num processo que descreve como “muito interessante e importante” e que desde já visa alertar a Comissão Europeia para o facto de “não haver necessidade de introduzir mais regulação na pesca ligada ao turismo ou sobre o impacto ambiental” desta medida, já que estes parâmetros já são atualmente acompanhados a nível comunitário. Esta estratégia deverá agora seguir os trâmites normais, passando pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia até ser aprovada.