O presidente eleito da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou que a comissária designada pela Eslovénia, “chumbada” na véspera pelo Parlamento Europeu, lhe comunicou a sua decisão de se demitir do cargo de vice-presidente do futuro executivo comunitário.

“Respeito muito a decisão de Alenka Bratusek de se demitir enquanto vice-presidente designada da próxima Comissão Europeia, que acabou de me ser comunicada”, indica Juncker, num comunicado divulgado em Bruxelas.

Jean-Claude Juncker considera que, com esta decisão, Bratusek mostrou o seu “compromisso com a UE”, e ajuda-o a “finalizar a composição da Comissão Europeia”, apontando que está em contactos próximos com o primeiro-ministro esloveno, Miro Cerar, e com a liderança da assembleia europeia, com vista a encontrar uma solução alternativa.

Atualmente, o nome mais falado para substituir Bratusek na “Comissão Juncker”, embora provavelmente já sem uma vice-presidência, é o da eurodeputada eslovena Tanja Fajon, que conta já com o apoio declarado das duas principais famílias políticas, Partido Popular Europeu e Socialistas Europeu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Hoje mesmo, um porta-voz de Juncker havia admitido que a futura Comissão Europeia corria o risco de não entrar em funções na data prevista, 1 de novembro, na sequência do “chumbo” dos eurodeputados à eslovena Alenka Bratusek, que deveria ocupar uma vice-presidência, caso a discussão política se arrastasse.

Juncker conheceu o grande revés à sua equipa com o “chumbo” claro, na quarta-feira à noite, de Bratusek pelas comissões parlamentares responsáveis pela sua audição na segunda-feira, na qual a comissária designada pela Eslovénia — que já era muito contestada, mesmo internamente, pela forma como se auto-designou quando já era primeira-ministra cessante – teve um desempenho julgado desastroso por todos os grupos políticos, à exceção daquele que a apoiava (Liberais).

Bratusek era, curiosamente, uma das vice-presidentes (responsável pela União Energética) com quem o comissário português Carlos Moedas (Investigação, Ciência e Inovação) deveria trabalhar em mais estreita cooperação.