Ana Gomes já reagiu à notícia desta sexta-feira de que é um dos cinco nomes que a Tecnoforma vai processar criminalmente. Ao Observador, a eurodeputada socialista garantiu que ainda não foi notificada e que está “tranquilamente à espera“. Além do mais, “já estou habituada“, disse, referindo-se à queixa-crime levantada recentemente pelo ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco.

A eurodeputada diz que não sabe ao certo o que terá motivado o processo na justiça, mas está “curiosa”. Ana Gomes soube da notícia pela comunicação social, depois de a agência Lusa ter divulgado um comunicado da empresa de formação e consultoria, onde anunciava que ia processar criminalmente o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, por “declarações proferidas publicamente” sobre o caso Tecnoforma, assim como a eurodeputada Ana Gomes e o comentador José Pacheco Pereira por se sentir “lesada no seu bom nome, prestígio e credibilidade”. Também os jornalistas José António Cerejo e Clara Ferreira Alves vão ser alvos de queixa-crime.

Mostrando-se despreocupada, Ana Gomes disse ao Observador que já está “habituada”, referindo-se à queixa-crime apresentada no final do ano passado pelo ministro da Defesa, depois de a eurodeputada ter levantado suspeitas sobre negócios do escritório de advogados de Aguiar-Branco com a Martifer — grupo que ganhou a subconcessão dos Estaleiros de Viana. Em causa estavam as declarações da eurodeputada do PS proferidas no programa Política Mesmo da TVI24, onde questionava a ligação do escritório de advogados do ministro ao grupo que ganhava a subconcessão dos estaleiros: “É preciso ver que negócios é que tem o escritório dele de advogados com a Martifer”, disse na altura Ana Gomes.

Sobre os motivos que terão levado à queixa, a eurodeputada disse estar “curiosa” porque “a única coisa” que fez foi guiar-se pela “excelente investigação” do jornalista José António Cerejo e dar conta dos factos à Comissão Europeia. “A única coisa que fiz foi levar o assunto para a Comissão Europeia”, tendo dado o caso a conhecer ao comissário europeu responsável pela gestão do Fundo Social Europeu, László Andor, que chefia a direção-geral do emprego, assuntos sociais e inclusão. O Gabinete de Luta Anti-fraude da União Europeia abriu então, em maio, na sequência da queixa da eurodeputada, uma investigação sobre o financiamento da Tecnoforma e do Centro Português para a Cooperação (ONG para a qual Passos terá trabalhado) com fundos comunitários – investigação essa que ainda está em curso.

A eurodeputada, que se mostrou bastante bem-disposta e “tranquila”, disse ainda que, “pelo menos”, está “em boa companhia“, referindo-se especificamente ao comentador político José Pacheco Pereira e ao jornalista José António Cerejo.

 

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