Oferecer uma libra de ouro aos afilhados é ainda uma tradição em Portugal. Todavia, é uma das piores prendas que se pode dar às crianças: mal sai da loja, a moeda já vale menos 15% do que pagou por ela.
Há cerca de um ano, os investigadores da Proteste Investe, a publicação financeira ligada à Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, percorreram Portugal a comprar e a vender ouro amoedado. Conclusão: “Em média, pagámos mais 15,2% do que os preços de referência e vendemos por menos 1,6 por cento.” A referência para os preços é o Banco de Portugal, que publica diariamente as cotações do ouro.
As perdas dos investigadores da Proteste Investe poderiam ser superiores se tivessem vendido numa das muitas lojas de compra de ouro espalhadas pelo país. “Se tivéssemos vendido todo o ouro nos franchisings, a perda na venda teria sido, em média, de 25,8 por cento“, concluem os analistas.
Investimento sem rendimento
Além das largas margens cobradas pelos intermediários deste mercado, o ouro como investimento tem uma grave limitação: não gera rendimento. Por isso, o preço depende sempre da luta entre os compradores e os vendedores. A aposta no metal amarelo é sempre especulativa, porque depende da relação entre os interessados em vender e em comprar.
Se, mesmo assim, quiser aplicar uma parte do seu dinheiro no mercado aurífero, faça-o pela via indireta: compre unidades de um fundo cotado que tenha ouro no seu cofre. O SPDR Gold Shares é um dos maiores: tem mais de 740 toneladas de ouro (quase o dobro do Banco de Portugal) maioritariamente nos armazéns londrinos do banco HSBC.
Ao comprar unidades de um fundo como o SPDR Gold Shares está a investir numa parte do ouro acumulado. O valor desse ouro acompanha diretamente o movimento do metal nos mercados cambiais, deduzido de uma comissão de gestão (que no caso do SPDR é de 0,4% por ano). Estes fundos são negociados na bolsa como se fossem ações. O SPDR Gold Shares está admitido à cotação na bolsa de Nova Iorque.