Os preços baixos estão a penalizar as margens da Jerónimo Martins. Os lucros da empresa de distribuição caíram 15,5% nos primeiros nove meses do ano, para 281 milhões de euros, não obstante as vendas consolidadas terem crescido 7,3% no mesmo período, situando-se em 9333 milhões de euros. Se nos focarmos apenas no terceiro trimestre, a queda dos lucros foi de 20% em relação ao mesmo período do ano passado.

O grupo atribui esta evolução à queda das margens que resultou de uma “mais elevada deflação no cabaz e de fortes iniciativas promocionais”. Este quadro afetou sobretudo os resultados operacionais na Polónia, onde a Jerónimo Martins lidera com a marca Biedronka. O mercado polaco continua a receber a maior fatia do investimento, 82% de 301 milhões de euros, mas o grupo decidiu abrir menos lojas da marca da joaninha (Biedronka) no último trimestre do ano do que o inicialmente planeado.

Em Portugal, a “taxa de deflação alimentar” também se agravou no terceiro trimestre, com os preços a caírem 2,8%, o que compara com uma queda de 1,9% no trimestre anterior. O crescimento “significativo” das vendas da cadeia Pingo Doce não foi por isso suficiente para “compensar o impacto da forte deflação no cabaz”. A cadeia faturou mais 1,6% nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a 2391 milhões de euros.

A Jerónimo Martins alerta para o “baixo nível de confiança dos consumidores”, realçando que a baixa dos preços veio “somar complexidade a um ambiente concorrencial já muito desafiante”. Não obstante, as margens de EBITDA (cash-flow operacional) mantiveram-se em linha com as do mesmo período do ano passado no mercado português. Em termos consolidados, este indicador recuou 4,5% até setembro para 573 milhões de euros.

As vendas na Colômbia alcançaram 103 milhões de euros.

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