O principal rosto do Partido Livre, Rui Tavares, diz-se “estupefacto” com a decisão da direção da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) de proibir a realização do debate “A esquerda, a direita, o agora: haverá espaço para as ideologias no mundo atual?” dentro da Faculdade, descrevendo-a como “absurda”.
António Santos Justo, diretor daquela Faculdade, impediu que a sessão se realizasse por considerar que a instituição se deve guiar pela “isenção partidária” e não constituir “um palco para debates ideológicos”. Rui Tavares considera que esse argumento “não faz qualquer sentido”, até porque nem ele, nem Pedro Mexia (o outro convidado) estão “em representação de nenhum partido político”, reiterando que ambos respeitariam sempre “a autonomia da Faculdade” enquanto estabelecimento de ensino não politizado.
Rui Tavares deixou, ainda, duras críticas à direção da FDUC, acusando-a de estar a contribuir para o “fechamento da Faculdade ao mundo real” e de estar a “castrar a vontade dos estudantes”, que querem participar ativamente na discussão pública. O membro do Partido Livre considerou a atitude da instituição como “pouco digna” em relação ao “papel que uma faculdade deve ter nos dias de hoje”, no que diz respeito à formação humanitária dos seus alunos.
Sobre o que terá motivado a decisão de Santos Justo, Rui Tavares afirmou não fazer “qualquer ideia”, apenas “estranha” que uma instituição que sempre permitiu este tipo de iniciativas, tenha agora impedido a realização deste debate – em 2012 a FDUC organizou uma discussão sobre “Portugal: o estado do Estado”, com a presença de deputados dos vários partidos políticos, tal como o fez em 2013, quando promoveu uma sessão sobre a “coadoção por casais do mesmo sexo”, com a participação do deputado socialista, Pedro Alves.
Face ao impedimento, o debate vai-se realizar na quarta-feira, às 17:00, mas no Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e terá como moderadora Maria Veloso, docente da Faculdade de Direito.