Os reservatórios de água de Vila Franca de Xira foram desinfetados como medida de proteção contra a bactéria ‘legionella’ e a água que abastece as zonas mais afetadas foi clorada, informou neste sábedo a Direção-Geral da Saúde (DGS). “A título preventivo, as autoridades de saúde e o SMAS procederam à cloragem da água das zonas afetadas. Iniciou-se ainda o processo de limpeza e desinfeção dos reservatórios”, informou hoje a DGS em comunicado.

As autoridades de saúde estão ainda a ponderar a “aplicação das medidas de cloragem em toda a rede, de modo a garantir os níveis de cloro recomendados pela Organização Mundial de Saúde”. Por outro lado, foram recolhidas amostras de água “em novos pontos da rede pública, bem como em reservatórios e nas torres de refrigeração identificadas, nomeadamente num hotel e fábricas da zona)”.

A DGS sublinha que “não há qualquer problema com a ingestão de água nas áreas afetadas. Também não existe qualquer risco de contágio pessoa a pessoa”. Até ao início da noite de hoje foram detetados 90 casos de infeção por ‘legionella’ na Grande Lisboa, dos quais 16 estão em cuidados intensivos, e a DGS admite novos casos.

O Hospital de Vila Franca Xira começou na sexta-feira a receber doentes contaminados com bactéria ‘legionella’, sendo que um dos doentes faleceu hoje. O ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse que foi acionado um plano de contingência para lidar com o surto de ‘legionella’, enquanto o Diretor-Geral da Saúde já havia admitido que o surto verificado “é um problema que não é habitual” dada “a magnitude e gravidade”.

A bactéria ‘legionella’ é responsável pela Doença dos Legionários, uma pneumonia grave, cuja infeção se transmite por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. A infeção, que não é contagiosa, transmite-se por inalação de gotículas de água contaminada, aerossóis, de dimensões tão pequenas que veiculam a bactéria para os pulmões, possibilitando a sua deposição nos alvéolos pulmonares.

A doença atinge em especial adultos, entre os 40 e 70 anos, com maior incidência nos homens. Os fumadores, pessoas com problemas respiratórios crónicos, doentes renais e de um modo geral imunodeprimidos têm maior probabilidade de contrair a doença, cujos sintomas são febre alta, arrepios, dores de cabeça e dores musculares. Segundo a DGS, “a infeção apesar de grave tem tratamento” e que todos os anos são notificados cerca de 100 casos de infeção por legionella. “com um padrão sazonal”.

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