Passavam poucos minutos das 16 horas quando o módulo Philae pousou no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. As primeiras comunicações davam o acontecimento como bem-sucedido, mas cerca de uma hora depois a equipa confirmou que o módulo não estava bem fixo na superfície. Agora sabe-se que o módulo “andou aos saltos” até encontrar poiso definitivo porque a superfície é mais rochosa do que pulverulenta, como se pensava. De qualquer forma o módulo ainda não está livre de ser “atirado” para o espaço.
Hello! An update on life on #67P – Yesterday was exhausting! I actually performed 3 landings,15:33, 17:26 & 17:33 UTC. Stay tuned for more
— Philae Lander (@Philae2014) November 13, 2014
Ontem foi cansativo! Na realidade realizei três “aterragens”.
Depois de ter pousado no cometa, Philae deveria ter disparado dois arpões que o manteriam fixo ao cometa. A força da gravidade do cometa é tão fraca que o módulo Philae pode ser “atirado” para o espaço se não estiver bem preso. Cada um dos pés do módulo têm um parafuso que também podem ajudar na fixação, mas é arriscado usá-los antes dos arpões serem disparados. Contudo, ativar os arpões manualmente pode também lançar o módulo para o espaço, como o recuo provocado pelo disparo de uma arma. Os investigadores na Agência Espacial Europeia (ESA) estão preocupados que a simples ativação de novos programas e equipamentos possa ter o mesmo efeito.
Na conferência de imprensa desta quinta-feira os investigadores da ESA revelaram que o módulo parece estar apoiado em apenas duas pernas, estando a outra no “ar”. Embora tenha a capacidade de saltitar, a equipa está receosa de usar esta função para o tirar do local onde se encontra, porque pode ser enviado para o espaço.
Apesar de o módulo não ter pousado no local inicialmente previsto e de ainda não estar ancorado no cometa, os equipamentos estão a funcionar normalmente e já está a enviar fotografias e dados. “Philae está na superfície e a fazer um trabalho maravilhoso, está a trabalhar muito bem e podemos dizer que podemos dizer que temos um módulo de ‘aterragem’ muito feliz”, disse Paolo Ferri, chefe de operações da ESA, esta quinta-feira no Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC).
Now that I’m safely on the ground, here is what my new home #67P looks like from where I am. #CometLanding pic.twitter.com/gFmt8Ldvpa
— Philae Lander (@Philae2014) November 13, 2014
Enquanto a bateria funcionar normalmente, como tem estado a acontecer, Philae vai poder cumprir a primeira missão no cometa – realizar nos próximos dois dias e meio uma imagem panorâmica a partir do local de “aterragem”, incluindo imagens em três dimensões, análise da composição à superfície e a uma profundidade de 23 centímetros.
Numa segunda fase da missão as baterias serão alimentadas pela energia solar. Se as poeiras no cometa não assentarem ou se o módulo estiver à sombra durante muito tempo o carregamento das baterias pode ficar comprometido. O facto de o módulo ter pousado numa área ensombrada, onde está exposto a menos horas de Sol do que previsto – cerca de uma hora e meia em vez de seis ou sete horas -, preocupa os investigadores porque pode comprometer o sucesso da missão científica.
I’m in the shadow of a cliff on #67P. Where exactly? That’s what my team is in the process of finding out! #CometLanding
— Philae Lander (@Philae2014) November 13, 2014
Estou na sombra de um penhasco no # 67P. Onde exatamente? Isso é o que a minha equipa está a tentar descobrir!
.@Philae2014 you’re in a shadow? How am I supposed to spot you there?! Our teams working hard to find you :)
— ESA Rosetta Mission (@ESA_Rosetta) November 13, 2014
Philae estás numa sombra? Como é que te vou encontrar aí?! As nossas equipas estão a trabalhar muito para te encontrar :)
Durante a noite a sonda Rosetta perdeu o contacto com o módulo Philae, o que já seria espectável visto que a sonda continua a orbitar o cometa. Assim que se restabeleceram as comunicações mais novidades sobre o Philae e a nova morada no 67P foram conseguidas. Prevê-se que, devido à órbita da Rosetta, haja apenas dois momentos de comunicação de cerca de quatro horas cada, informou Ignacio Tanco, um dos responsáveis pelas operações espaciais na ESA.