Pedro Passos Coelho não deverá fazer uma remodelação alargada no Governo, na sequência da demissão de Miguel Macedo. No domingo, o gabinete do primeiro-ministro garantia que o ministro da Administração Interna iria ser substituído “em breve”.

A TVI avançou esta segunda-feira que o nome do novo ministro pode ser conhecido ainda durante o dia de hoje, mas, segundo o Observador apurou, Passos não vai a Belém esta segunda-feira – o que significa que ainda não tem um nome para a pasta da Administração Interna.

Se dentro do Governo há quem defenda uma remodelação mais alargada, o primeiro-ministro – que sempre se mostrou relutante em fazer remodelações muito alargadas ao longo dos três anos de Governo – deverá manter a intenção de apenas substituir o governante que está de saída.

No fim de semana, tanto Marcelo Rebelo de Sousa, como Luís Marques Mendes pediram uma remodelação. Já no verão, o líder do CDS, Paulo Portas, tinha defendido a necessidade de fazer mudanças no Governo como forma de a maioria preparar-se melhor para a reta final da legislatura. Passos teria agora o pretexto de mexer no Governo – a demissão de Macedo deu-se, no domingo, na sequência do escândalo dos vistos gold e sem ter a ver com política legislativa.

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Esta segunda-feira, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, que é apontado como um dos eventuais substitutos de Macedo, afirmou na TSF que «a competência para propor personalidades para o exercício de funções governativas cabe em exclusivo ao primeiro-ministro» e que o PSD «tem um grande respeito e uma grande confiança pelos critérios do primeiro-ministro».

Outros nomes do PSD apontados como sucessores de Macedo são o atual ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, ou os deputados José Matos Correia ou Teresa Leal Coelho.

A expetativa, porém, entre a direção social-democrata é que Passos consiga recrutar fora do círculo restrito de apoiantes, como um sinal importante para o exterior – ou seja, de que na reta final do mandato este Governo ainda consegue atrair pessoas para o seu projeto.

Uma remodelação mais alargada teria, inevitavelmente, de tocar na ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, e no ministro da Educação, Nuno Crato – os dois ficaram “chamuscados”, respetivamente, pelo crash no Citius e pelos erros na bolsa de colocação de professores. A demissão de Macedo, aliás, foi muito elogiada na opinião pública, inclusive, para atacar os dois outros ministros que não se demitiram.