Aicha, a holandesa de 19 anos que escapou das malhas do Estado Islâmico depois de ser resgatada pela mãe, foi detida esta quarta-feira no aeroporto de Schipol, quando se preparava para entrar no seu país, de acordo com o canal de televisão RTL Nieuws.

A jovem tinha-se juntado à organização terrorista em fevereiro deste ano, depois de se apaixonar pelo jihadista Omar Yilmaz, um dos milhares de combatentes a servir o EI na Síria e no Iraque. Depois de se casar e de se converter ao Islão, Aicha arrependeu-se da decisão tomada e em outubro pediu ajuda à mãe, garantido que queria voltar a casa.

A mãe Monique, contrariando todas as recomendações das autoridades holandesas, partiu sozinha para Raqqa – a auto-proclamada capital do Estado Islâmico -, vestiu uma burca e resgatou a filha. As duas fugiram depois pela fronteira da Síria com a Turquia, mas foram detidas porque Aicha não tinha passaporte. Aí, o ministério dos Negócios Estrangeiros holandês interveio e prontificou-se a ajudar mãe e filha a regressarem a casa.

Ainda assim, Aicha foi detida instantes depois de entrar na Holanda, não se sabendo, ainda, que acusações enfrenta. Certo é que para combater a ameaça do Estado Islâmico o Conselho de Segurança da ONU, ainda em setembro, sugeriu a todos os Estados-membros para adequarem a legislação a este tipo de terrorismo. A questão que se coloca é como enquadrar os jihadistas regressados, ou seja, como os julgar por atos de terrorismo praticados noutro país.

O ministério dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, já avisou que viajar para a Síria “não é uma aventura” e que os jovens que o fazem para se alistar no EI – muitos porque se apaixonam por outros jihadistas – correm o risco de serem acusados de terrorismo.

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