O ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar-Branco, inicia hoje uma visita oficial de dois dias a Timor-Leste, a convite do primeiro-ministro e seu homólogo timorense, Xanana Gusmão, e na qual será discutida a cooperação militar.
Esta deslocação de Aguiar-Branco ocorre depois de, no início do mês, o Governo de Timor-Leste ter ordenado a expulsão, no prazo de 48 horas, de oito funcionários judiciais, cinco juízes e uma procuradora portugueses, um procurador cabo-verdiano, e um oficial da PSP.
A este propósito, o ministro da Defesa disse, a 10 de novembro no parlamento, esperar que a suspensão da cooperação com Timor-Leste na área da Justiça que se seguiu a estas expulsões não afete a cooperação técnico-militar entre os dois países.
O Governo de Timor-Leste afirmou na segunda-feira em comunicado que a assistência de Portugal ao setor da defesa é “muito apreciada” e que aguarda com expetativa a visita do ministro da Defesa português, José Aguiar-Branco.
Em Díli, Aguiar-Branco terá uma reunião bilateral com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que é simultaneamente ministro da Defesa e Segurança de Timor-Leste, estando prevista a assinatura de um memorando de entendimento entre os dois países, de acordo com o programa da visita, divulgado pelo Ministério da Defesa Nacional português.
Este memorando relativo ao Centro de Língua Portuguesa vai ter como missão a promoção do ensino da língua portuguesa aos militares timorenses.
Timor-Leste vai financiar a construção e equipamentos do centro, Portugal vai apoiar na construção e equipamento e criar os programas e conteúdos educacionais, segundo o comunicado do governo timorense, em que se sublinha que os formadores e monitores vão ser disponibilizados por Lisboa.
Do programa de Aguiar-Branco consta igualmente um jantar oferecido por Xanana Gusmão e, já na quarta-feira, uma audiência com o Presidente da República, Taur Matan Ruak, um encontro com o Chefe das Forças de Defesa de Timor-Leste, Major-General Lere Anan Timur, e uma visita ao Instituto de Defesa Nacional.
A cooperação no setor da defesa entre os dois países começou em 2002.
O Programa Quadro de Cooperação Técnico-Militar luso-timorense para o período até 2016 foi assinado em fevereiro deste ano em Lisboa.