Os suíços votam este domingo num referendo para decidir se limitam a imigração e se eliminam os privilégios fiscais dos estrangeiros ricos que vivem no país.
A primeira iniciativa, apresentada por um grupo denominado Ecopop, pretende limitar o crescimento dos imigrantes que vivem na Suíça e ao mesmo tempo investir 125 milhões de euros em programas de controlo de natalidade em países em desenvolvimento.
O objetivo desta iniciativa é, de acordo com os promotores, conseguir uma preservação do meio ambiente através da limitação da imigração e do controlo da natalidade nos países em desenvolvimento.
A intenção é que fique inscrito na Constituição que o crescimento anual de imigrantes permanentes na Suíça seja de um máximo de 0,2%.
Tanto o Governo como o Parlamento já rejeitaram esta iniciativa, argumentando que não se preserva automaticamente o meio ambiente ao limitar a imigração, uma vez que isso depende de outros aspetos como a gestão rigorosa dos recursos naturais.
Além disso, o Governo entende que “seria pretensioso da parte da Suíça” decidir o que é ou não bom para os países em desenvolvimento, lembrando ainda que a elevada natalidade é consequência direta da pobreza e que para a combater é necessária cooperação e não apenas meios de contraceção.
A segunda iniciativa a que os suíços são chamados a votar pretende eliminar as leis que permitem que os estrangeiros ricos paguem impostos em função dos seus gastos e não da sua fortuna ou rendimentos, como o resto dos cidadãos.
A proposta foi apresentada pelos países de esquerda que entendem que este privilégio viola a igualdade fiscal, é uma ferramenta de evasão fiscal e um entrave à luta contra a criminalidade económica.
A proposta conta com a oposição do Governo e do parlamento, que entendem que o sistema reverte elevados rendimentos para alguns cantões suíços, considerando que os benefícios são maiores que os inconvenientes.
Os suíços são ainda chamados a decidir se aceitam uma proposta que pede ao Banco Nacional Suíço que amplie as suas reservas de ouro para pelo menos 20% dos seus ativos e que tais depósitos não podem ser vendidos.