Não passa o dia sem beber, pelo menos, uma chávena de café? Mas há manhãs em que, embora esteja a beber a marca de sempre, o café lhe parece mais amargo? A resposta pode estar na cor da chávena. Um estudo australiano publicado na revista Flavour mostra que a cor da chávena pode ter influência na perceção do sabor do café.

Um dos autores do estudo, George Van Doorn, explica ao site The Conversation que o ponto de partida para este estudo foi uma conversa que teve com a empregada de um café que lhe disse que as chávenas de cerâmica branca faziam o café parecer amargo.

Embora já houvesse alguns estudos que encaminhassem na direção destas conclusões havia pouca investigação acerca do impacto psicológico da cor das chávenas no sabor do café. Uma investigação de Betina Piqueras-Fizman já tinha mostrado que uma mousse de morango servida num prato branco tinha uma percentagem de doçura – segundo os consumidores – de 10%, enquanto que a mesma sobremesa servida num prato preto teria – segundo os mesmos consumidores – um índice de doçura de 15%.

O autor já conhecia algumas estratégias usadas por outras marcas que apostam no contraste entre as cores do produto e a dos invólucros – como a marca de chocolates Cadbury, conhecida pelo papel de prata roxo.

George passou das suposições à prática. Fez experiências com várias pessoas, concluindo que a chávena branca torna mais clara a intensidade e o sabor amargo do café. Usando chávenas iguais em que usava “mangas” coloridas que as tapavam, os participantes no estudo disseram que o café servido nas chávenas azuis era mais doce do que nas chávenas brancas.

Além da ligação psicológica entre a cor da chávena e o sabor do café, este estudo provou também que o castanho é uma cor inversamente associada a produtos doces.

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