João Semedo, que abandonou o lugar de coordenador do BE em conjunto com Catarina Martins, no último fim de semana, em que o partido decidiu criar um novo modelo de direção, afirma que a nova comissão permanente “faz confusão a muita gente”, mas é “uma solução absolutamente natural” que existe em muitos partidos como o PSD.

O BE, na sequência dos resultados da convenção nacional, em que a lista de Semedo e Catarina Martins tiveram poucos votos de diferença da moção de Pedro Filipe Soares, abandonou o modelo de liderança bicéfala, que tinha há dois anos, para adoptar uma comissão permanente constituída por seis elementos, um por cada uma das seis moções que foram a votos na convenção.

Em entrevista à SIC Notícias, João Semedo declarou que esta solução “une” mais o partido e comparou a sua saída com o futebol. “É um bocadinho como se o futebol deixasse de ser jogado com guarda-redes. Se deixasse de ser jogado com guarda-redes, o guarda-redes não ficava em campo, saía”, explicou.

Para Semedo, esta mudança consagrou uma renovação geracional no BE que passa a ser dirigido por pessoas que não fizeram parte da sua fundação. “O tempo passa sobre os partidos e sobre os dirigentes. Não nos podemos eternizar. As novas gerações têm outra relação com o tempo e a atualidade”, justificou, dizendo que o modelo de liderança bicéfala, adotada desde a saída de Francisco Louçã, um líder carismático, era de “curto-prazo”.

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