Os trabalhadores da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) cumprem na segunda e na terça-feira uma greve em defesa da empresa pública, “ameaçada pelo processo de subconcessão”, e contra “a degradação do serviço” atualmente prestado.

A paralisação prevista para segunda-feira foi convocada há já muito tempo, quando foram marcadas greves em todos os dias feriados, e tem como objetivo protestar contra o que os sindicatos do setor classificam como “o roubo dos salários e do trabalho extraordinário”, impostos pelo Orçamento do Estado.

Já a greve convocada para terça-feira, dia em que termina o prazo para a entrega de propostas ao concurso público a decorrer para a subconcessão da STCP, prende-se com o “incumprimento dos serviços previstos diariamente”, por falta de motoristas.

A Comissão de Trabalhadores afirma, em comunicado, que a tutela conhece “há largos meses o incumprimento de serviços — o que equivale a 17 dias de greve integrais promovidos pelo conselho de administração com a cobertura do Governo”.

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Para a CT, este incumprimento de serviços põe em causa a mobilidade das populações na área urbana do Porto e deve-se à falta de efetivos, nomeadamente nas funções de motorista.

“A cada dia que passa, os aludidos incumprimentos e a pressão sobre os motoristas aumentam devido à diminuição de efetivos e ao inexistente plano de contratações de motoristas”, acrescenta a CT.

Os trabalhadores afirmam não ter dúvidas de que “a degradação do serviço da STCP é absolutamente premeditada, com o propósito de facilitar, aos olhos da opinião pública, a passagem do serviço de transportes que a tutela pretende implementar para a Área Metropolitana do Porto para a administração privada”.

“Este poderá ser o primeiro dos últimos dias de uma empresa com 141 anos de história ao serviço das populações”, destaca a CT.

No comunicado, os trabalhadores esperam que os clientes “compreendam os motivos desta greve” marcada para terça-feira, considerando que “esta jornada de luta” é o “último recurso, não para fazerem valer os seus direitos, mas para “lutar por melhores condições de transporte das populações”.